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RECEITA HETERODOXA
Analistas já prevêem alta do PIB de 7% em 2005, embora os últimos meses tenham mostrado desaceleração
Economia argentina cresce 9% no semestre
MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES
No primeiro semestre, a economia argentina cresceu 9% na
comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Indec (órgão de estatísticas do governo). A estimativa de
analistas é que o crescimento do
PIB (Produto Interno Bruto) do
país, que em 2004 foi de 9%, seja
de 7% em 2005, uma alta superior
à esperada no início do ano.
Nos últimos meses, entretanto,
o crescimento da atividade econômica vem sendo menor. Em junho, a economia argentina cresceu 8,6% ante mesmo mês do ano
passado; em maio, na mesma
comparação, a alta foi de 10,6%.
Em relação ao mês anterior, o
crescimento no mês passado foi
de 0,1%, já em maio ante abril a alta havia sido de 0,7%.
Segundo economistas, isso
acontece principalmente porque
setores da indústria estão operando no limite de suas capacidades:
não há um nível de oferta compatível com a reação da demanda.
"No ano passado e no anterior
havia um nível de capacidade instalada ociosa que fazia frente a um
incremento da demanda. Atualmente isso não é possível, há necessidade de investimentos para
aumentar a oferta", diz Ernesto Di
Rocco, economista da consultoria
argentina abeceb.com.
De acordo com ele, essa é uma
das razões para a escalada de preços nos últimos meses na Argentina. A inflação foi de 0,9% em junho e de 1% em julho. No ano, o
índice já acumula alta de 7,2%.
"Ou aumenta a importação ou
se segue demandando produção
interna e os preços sobem", diz Di
Rocco. As importações vêm aumentando: em junho, o país importou US$ 2,724 bilhões, ante
US$ 2,025 bilhões no mesmo mês
de 2004. Já a taxa de crescimento
da produção industrial desacelera: segundo dados do Indec, a
produção da indústria em junho
teve queda de 0,5% na comparação com maio.
No primeiro semestre, a indústria acumula crescimento de 7,2%
ante mesmo período de 2004. Em
junho, na comparação com o
mesmo mês de 2004, a produção
industrial argentina subiu 6,4%.
Os investimentos na Argentina
vêm se recuperando, mas a avaliação é que ainda não são suficientes para fazer frente ao ritmo acelerado de crescimento. No segundo trimestre deste ano, segundo
estimativa oficial, os investimentos cresceram mais de 20% ante
mesmo período de 2004.
A taxa de investimento na Argentina, para alguns economistas,
deveria chegar a 22% ou 23% do
PIB para fazer frente ao aquecimento da demanda.
Em 2004, a taxa de formação
bruta de capital fixo no país, que
mede os investimentos, foi de
19,2% do PIB -havia chegado a
cair a 12% em 2002.
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