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Mercado Aberto
Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br
Iedi já prevê crescimento do PIB abaixo de 3,5% neste ano
Os números recentes da economia e o crescimento heterogêneo da indústria podem fazer
o PIB ter um crescimento menor do que o previsto, segundo
o empresário Josué Gomes da
Silva, presidente do Iedi e da
Coteminas e filho do vice-presidente José Alencar. Ele acha
que o PIB pode crescer entre
3% e 3,5%, abaixo dos 4% previstos pelo Banco Central.
O empresário marcou para
hoje reunião com os conselheiros do Iedi para apresentar o
novo economista-chefe que irá
assumir o lugar de Júlio Sérgio
Gomes de Almeida, que deixou
o cargo para assumir a Secretaria de Política Econômica da
Fazenda. Será Edgard Antônio
Pereira, professor da Unicamp.
Para Gomes da Silva, havia
muito tempo não se via um
crescimento tão heterogêneo
na indústria. Há setores indo
muito bem, como os de mineração, siderurgia, extração de petróleo e de fármacos. Ele chama
a atenção para uma pesquisa de
emprego do Fiesp mostrando
que apenas dois setores foram
responsáveis por 95% dos empregos gerados na indústria.
Já outros setores estão indo
muito mal, de acordo com o
presidente do Iedi. Entre eles, o
têxtil, no qual ele atua, o calçadista, o moveleiro e o setor agrícola. "Todos esses setores estão
tendo uma performance muito
aquém da desejável", afirma.
O empresário diz que o mercado interno está muito retraído e o câmbio não favorece as
exportações. "Para piorar, este
inverno parece mais verão."
Gomes da Silva acha necessário que sejam encontradas alternativas para tornar esse
crescimento mais homogêneo.
A seu ver, não é, na verdade, a
política econômica a responsável pelo fato de alguns setores
estarem indo bem na economia, mas principalmente a conjuntura externa.
A saída, para o empresário,
continua sendo a combinação
juros/câmbio. Segundo ele, a
redução da Selic que tem sido
promovida pelo BC não tem sido suficiente para equilibrar
essa equação. Os juros continuam muito altos. A última redução da taxa básica, de 0,50
ponto percentual, para 14,75%
ao ano, foi, de acordo com o empresário, abaixo da queda da inflação, o que não provocou nenhuma mudança no juro real, o
mais importante na economia.
Categoria quer ser vista como entretenimento
Depois da chegada do
grupo YPY e da CIE Brasil
para dividir com a Vicar a
gestão da Stock Car, a administração da corrida
resolveu turbinar a categoria investindo só nas
quatro últimas corridas
desse campeonato R$ 1
milhão para comunicação. Para Carlos Col, presidente da Vicar, o investimento é compatível com
a entrada dos novos sócios, que vieram reforçar
a idéia da categoria como
entretenimento. "Um
bom entretenimento é
por conseqüência um bom
negócio. O campeonato já
movimenta hoje quase
R$ 100 milhões por ano",
afirma o presidente.
RUMO À PRIMEIRA DIVISÃO
A recente movimentação das empresas em busca de formação
de grandes conglomerados deve ser encarada como mais um passo
no Brasil para entrar no seleto clube dos países que possuem o
chamado grau de investimento ("investment grade"). Isso também aconteceu com os países emergentes que se tornaram sócios
desse clube, como a Coréia e o México. A avaliação é do economista José Berenguer, vice-presidente do banco ABN Amro Real, que
tem participado de boa parte desses movimentos das empresas.
Entre eles, o banco liderou as recentes ofertas da Vale do Rio Doce
para comprar a canadense Inco e a da Sadia sobre a Perdigão. Berenguer diz que esse processo faz com que as empresas brasileiras
se modernizem mais rapidamente e se tornem mais competitivas,
o que também contribui para baixar o risco-país, hoje na casa dos
200 pontos. Para ele, tudo isso, no entanto, pode ser perigoso. O
Brasil ainda tem muito a fazer, principalmente na área fiscal, e todos esses avanços, como a queda do risco-país, podem dar a impressão de que não será mais necessário, por exemplo, promover
as reformas. O país terá desperdiçado mais uma chance.
ALÔ BRASIL
O CEO da Motorola, Edward Zander, que também é
presidente da empresa, vem
ao Brasil na próxima semana para a comemoração de
dez anos de manufatura da
companhia no país. Desde
que se instalou no Brasil, a
Motorola investiu US$ 500
milhões em seu parque industrial.
NEGÓCIOS À VISTA
Emílio Botín, presidente
mundial do Santander, desembarca no Brasil na semana que vem.
É DE CINEMA
A Fiesp lança, no próximo
dia 28, concurso que selecionará filmes de longa metragem para serem financiados
por empresas interessadas
de São Paulo. O projeto foi
batizado Programa de Apoio
ao Cinema Paulista. Já confirmaram presença o ministro Gilberto Gil (Cultura), o
presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, Paulo
Skaf, presidente da Fiesp, e o
presidente do Sicesp (sindicato do setor), André Sturm.
Cineastas e empresários
também estão na lista de
convidados.
INFRA-ESTRUTURA
O ministro Luis Marinho
(Trabalho) reúne-se hoje
com 30 empresários da diretoria da Abdib, em São Paulo, para debater a utilização
de recursos do FGTS em
obras de infra-estrutura. A
idéia é usar apenas uma parte do fundo nas obras. A proposta em discussão, em âmbito governamental, prevê
aplicar, inicialmente, cerca
de R$ 5 bilhões do chamado
patrimônio líquido do fundo
em obras.
DIQUE SECO
A Petrobras e a WTorre
Engenharia assinam hoje o
contrato para a construção
do primeiro Dique Seco do
Brasil. A solenidade vai
acontecer no canteiro de
obra P-53, em Rio Grande
(RS). Estarão presentes o
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e José Sérgio Gabrielli. A iniciativa permitirá
o reparo de plataformas de
petróleo semi-submersíveis,
trabalho até então executado no exterior.
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