São Paulo, sexta-feira, 17 de agosto de 2007

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Tensão no mercado derruba cotações de commodities

Principal motivo foi a necessidade de investidores de fazer caixa para honrar os pedidos de resgate de cotistas de fundos

Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, é baixo o risco de a recessão mundial afetar o mercado de commodities

DA REPORTAGEM LOCAL

O dia de perdas generalizadas nos mercados internacionais arrastou também os preços das commodities, que respondem por mais de um terço da pauta de exportações brasileira e cujas cotações seguem leis próprias, baseadas na evolução da demanda e das condições de produção, em que muitas vezes principal variável é a previsão meteorológica.
Apenas ontem, o café perdeu 6,63% de seu valor em Nova York e 3,88% em Londres. O algodão recuou 4,78% em Nova York, e a soja, 4,74% em Chicago. Entre os metais, as maiores perdas foram as da prata, que desabou 8,41%, e as do níquel, que caiu 4,11% em Londres. O petróleo, a commodity mais negociada no mundo, teve baixa de 3,10% em Londres e de 3,18% em Nova York.
O motivo maior das perdas ontem foi o mesmo que derrubou o preço de ações, moedas e ativos em todo o mundo: a necessidade de fazer caixa para honrar os pedidos de resgate de cotistas de fundos. Até a semana passada, algumas commodities chegaram a subir com os investidores realocando dinheiro retirado de aplicação em ações.
"As commodities vinham resistindo até o momento, mas agora também começaram a sofrer com a crise", disse Roberto Padovani, economista-chefe do banco WestLB.
"Ninguém escapa do aumento da volatilidade. Todos zeram as suas posições para fazer caixa. Isso em um primeiro momento. Depois, o mercado vai olhar o quanto a crise influencia o consumo internacional de metais, energia e alimentos. Se não houver um impacto real da crise na economia, o mercado tende depois a se recuperar", disse Anderson Galvão, diretor da consultoria Céleres.
Para o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, o risco de a recessão mundial afetar o mercado de commodities é baixo. "A queda da cotação do café nas Bolsas foi um reflexo da especulação do mercado, mas a tendência é que a situação se estabilize. Nada indica que os efeitos das mudanças possam atingir o setor das commodities como um todo." Ele afirmou que redução no preço da saca de café nos mercados internacionais foi compensada em parte pela valorização do dólar no Brasil, que ontem foi de 3,15%.


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