São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Desembolsos do BNDES crescem 65% até julho

Banco libera R$ 75 bi nos primeiros 7 meses do ano e prevê recorde para 2009

Meta de R$ 106 bi para o ano será superada, prevê BNDES; dirigente do banco estatal vê sinal de que o pior da crise já passou

DA SUCURSAL DO RIO

O desembolso de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) atingiu R$ 75,1 bilhões de janeiro a julho deste ano, valor 65% superior ao do mesmo período de 2008.
Com a crise global, que secou o crédito para as empresas brasileiras no Brasil e no exterior, o banco de fomento adotou política mais agressiva para manter o mercado funcionando, assim como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, em suas áreas respectivas.
As aprovações (primeira etapa do financiamento) do BNDES chegaram a R$ 87 bilhões, alta de 49% até julho; os enquadramentos (segundo etapa para a concessão de financiamento, com projetos sendo ajustados de acordo com a necessidade), a R$ 113,8 bilhões, alta de 43%; e as consultas para novos financiamentos, R$ 136 bilhões, um aumento de 34% em relação aos meses entre janeiro e julho de 2008.
O banco considera que a meta de desembolso fixada para o ano (R$ 106 bilhões) será superada. A expectativa é que o montante seja recorde. Nos últimos 12 meses, entre agosto de 2008 e julho de 2009, os desembolsos somaram R$ 122 bilhões - 54% a mais do que nos 12 meses anteriores.
"Esse acumulado é recorde. O segundo semestre historicamente apresenta um nível de desempenho até um pouco maior do que o primeiro. Se a gente conseguir fechar com este número no final do ano está ótimo", afirma o chefe do departamento de orçamento do banco, Gabriel Visconti.
Com R$ 39 bilhões em desembolso, a indústria responde por 53% do total liberado nos sete primeiros meses. O valor equivale a uma expansão de 112% em relação aos mesmos meses de 2008. Os projetos de infraestrutura receberam um desembolso total de R$ 25 bilhões, 43% a mais do que no mesmo período do ano anterior e 33% do total liberado pelo banco de fomento.
Os investimentos na indústria e, em especial, o comportamento dos setores de papel e celulose, química e petroquímica e metalurgia foram, segundo o BNDES, os responsáveis pela maior parte dos projetos aprovados, de R$ 40,2 bilhões. O crescimento foi de 37% em relação aos primeiros sete meses de 2008.
O banco afirma que a demanda dos setores de energia elétrica e de transportes colaborou para que as aprovações em infraestrutura somassem R$ 31,3 bilhões, registrando expansão de 69% ante os sete primeiros meses do ano anterior.
No intervalo de 12 meses encerrado em julho, as aprovações chegaram a R$ 150,2 bilhões (o que significa alta de 40%); os enquadramentos, a R$ 189 bilhões (alta de 42%); e as consultas somaram R$ 210,5 bilhões, o que equivale a um crescimento de 30% ante o mesmo período anterior.
Visconti avalia que o período mais crítico da crise econômica está superado e os empresários decidiram voltar a investir. "Está havendo um processo de retomada do crescimento. A decisão de investir dos empresários está refletida nestes excelentes números de desembolsos, consultas, enquadramentos, aprovações."


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