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Desembolsos do BNDES crescem 65% até julho
Banco libera R$ 75 bi nos primeiros 7 meses do ano e prevê recorde para 2009
Meta de R$ 106 bi para o ano será superada, prevê BNDES; dirigente do banco estatal vê sinal de que o
pior da crise já passou
DA SUCURSAL DO RIO
O desembolso de financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) atingiu R$
75,1 bilhões de janeiro a julho
deste ano, valor 65% superior
ao do mesmo período de 2008.
Com a crise global, que secou
o crédito para as empresas brasileiras no Brasil e no exterior,
o banco de fomento adotou política mais agressiva para manter o mercado funcionando, assim como o Banco do Brasil e a
Caixa Econômica Federal, em
suas áreas respectivas.
As aprovações (primeira etapa do financiamento) do
BNDES chegaram a R$ 87 bilhões, alta de 49% até julho; os
enquadramentos (segundo etapa para a concessão de financiamento, com projetos sendo
ajustados de acordo com a necessidade), a R$ 113,8 bilhões,
alta de 43%; e as consultas para
novos financiamentos, R$ 136
bilhões, um aumento de 34%
em relação aos meses entre janeiro e julho de 2008.
O banco considera que a meta de desembolso fixada para o
ano (R$ 106 bilhões) será superada. A expectativa é que o
montante seja recorde. Nos últimos 12 meses, entre agosto de
2008 e julho de 2009, os desembolsos somaram R$ 122 bilhões - 54% a mais do que nos
12 meses anteriores.
"Esse acumulado é recorde.
O segundo semestre historicamente apresenta um nível de
desempenho até um pouco
maior do que o primeiro. Se a
gente conseguir fechar com este número no final do ano está
ótimo", afirma o chefe do departamento de orçamento do
banco, Gabriel Visconti.
Com R$ 39 bilhões em desembolso, a indústria responde
por 53% do total liberado nos
sete primeiros meses. O valor
equivale a uma expansão de
112% em relação aos mesmos
meses de 2008. Os projetos de
infraestrutura receberam um
desembolso total de R$ 25 bilhões, 43% a mais do que no
mesmo período do ano anterior
e 33% do total liberado pelo
banco de fomento.
Os investimentos na indústria e, em especial, o comportamento dos setores de papel e
celulose, química e petroquímica e metalurgia foram, segundo o BNDES, os responsáveis pela maior parte dos projetos aprovados, de R$ 40,2 bilhões. O crescimento foi de 37%
em relação aos primeiros sete
meses de 2008.
O banco afirma que a demanda dos setores de energia elétrica e de transportes colaborou
para que as aprovações em infraestrutura somassem R$ 31,3
bilhões, registrando expansão
de 69% ante os sete primeiros
meses do ano anterior.
No intervalo de 12 meses encerrado em julho, as aprovações chegaram a R$ 150,2 bilhões (o que significa alta de
40%); os enquadramentos, a R$
189 bilhões (alta de 42%); e as
consultas somaram R$ 210,5
bilhões, o que equivale a um
crescimento de 30% ante o
mesmo período anterior.
Visconti avalia que o período
mais crítico da crise econômica
está superado e os empresários
decidiram voltar a investir.
"Está havendo um processo de
retomada do crescimento. A
decisão de investir dos empresários está refletida nestes excelentes números de desembolsos, consultas, enquadramentos, aprovações."
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