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Baixa renda puxa retomada da construção civil
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Afetadas pela crise de crédito
no final do ano passado, as empresas de construção civil voltaram a registrar crescimento
nas vendas de imóveis novos e a
computar lucros consideráveis
no segundo trimestre de 2009.
Segundo levantamento da
consultoria Economática, o setor teve lucro líquido de R$ 577
milhões no segundo trimestre,
resultado 3% superior aos R$
561 milhões do mesmo período
do ano passado, ainda antes da
crise e em plena expansão no
setor. O estudo considerou os
resultados financeiros de 16
empresas com ações na Bolsa.
Impulsionado por programas do governo federal como o
"Minha Casa, Minha Vida", o
aumento nas receitas do setor
veio principalmente do segmento de baixa renda, o primeiro a se recuperar ainda no
início do ano.
Para a corretora Brascan, as
construtoras focadas na baixa
renda foram as que tiveram
melhor desempenho financeiro no segundo trimestre. Líder
na baixa renda, a Tenda teve alta de 32% no lucro líquido, bastante acima da média de 3% do
setor, na comparação com o segundo trimestre de 2008. Mas a
margem de ganho líquida da
empresa caiu de 9,6% para 9%,
nessa comparação.
Segundo Cassio Audi, diretor
financeiro da construtora Rossi, as vendas de imóveis de média e alta rendas também mostram sinais de recuperação,
mas isso só aconteceu em meados do segundo trimestre. A
construtora teve lucro líquido
de R$ 51,2 milhões, resultado
estável em relação ao mesmo
período de 2008 e 79% maior
do que no primeiro trimestre."Tivemos um desempenho
bastante forte no segmento de
baixa renda, principalmente
depois do anúncio do plano do
governo", disse Audi.
No levantamento da Economática, as receitas das construtoras saltaram 35,8% -passaram de R$ 3,122 bilhões para
R$ 4,239 bilhões do segundo
trimestre do ano passado para
o mesmo período deste ano.
Apesar desse forte aumento
das receitas, o setor viu encolher suas margens de ganhos
operacionais. O estudo mostra
que houve redução dessas margens de 22,7% para 18,7%, do
segundo trimestre de 2008 para o mesmo trimestre de 2009.
Para os próximos meses, a
Brascan espera melhora nas
margens, com acomodação dos
incentivos do governo para baixa renda e recuperação maior
das vendas na alta e média rendas. "Melhores margens deverão ser apresentadas. As quedas nas taxas de juros, aliadas a
uma maior confiança por parte
de compradores, deverão fazer
com que o segmento volte a
performar em níveis elevados
como vistos no pré-crise."
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