São Paulo, segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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Para crescer, empresário aproveita crises

EM MADRI

Para entrar no mercado brasileiro, o empresário Enrique Bañuelos repetiu uma das estratégias que havia utilizado anos atrás para construir seu império na Espanha: comprar empresas imobiliárias em dificuldades financeiras a preços vantajosos.
Em fevereiro deste ano, Bañuelos adquiriu uma participação na Abyara Planejamento Imobiliário. Em abril, comprou a Klabin Segall. As duas empresas estavam então altamente endividadas.
Ambos os negócios foram fechados pela empresa de Bañuelos no Brasil, a Veremonte Participações, em sociedade com a Agra Empreendimentos Imobiliários.
"Enrique nos foi apresentado por um banco de investimentos importante. Nós então fomos à Espanha para conhecer seu passado. Não encontramos absolutamente nada de errado", explica Luiz Roberto Horst, presidente da Agra.
Desde as duas aquisições, as visitas de Bañuelos ao Brasil têm sido mais frequentes. Pelo menos uma vez por mês ele desembarca no país.
Em maio, o empresário passou dez dias em São Paulo antes de embarcar em seu jato particular em direção à sua casa em Valência, na Espanha.

Sauipe
A primeira grande investida de Enrique Bañuelos no Brasil ocorreu no ano passado, quando ele ameaçou comprar o complexo hoteleiro Costa do Sauipe, que também vinha registrando prejuízos.
O espanhol ainda hoje cobiça o resort baiano.
Semanas atrás, quando o diário espanhol "Expansión" publicou reportagem contando que Bañuelos havia "ressuscitado" no Brasil, os leitores encheram o fórum de discussões do jornal na internet com pesados ataques ao empresário, como "que vá para a prisão", "é surpreendente que, mesmo com todo o seu histórico, lhe deem bola no Brasil" e "prepare-se, Lula, pois ele vai dar trabalho".
A Folha entrou em contato com assessores de Bañuelos no Brasil e na Espanha, mas foi informada de que ele não concede entrevistas.
Seu principal executivo em São Paulo, Marcelo Paracchini, presidente da Veremonte Participações, diz que "não há motivo para preocupação" a respeito do histórico conturbado do espanhol em seu país natal.
"Há acusações, mas nenhuma condenação. Enrique é uma pessoa séria, honesta e trabalhadora", afirma (leia mais no texto ao lado). (RW)


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