|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundos buscam ganhos com dólar e juro
DA REPORTAGEM LOCAL
Com a expectativa de que a
Bovespa siga em baixa por
um bom tempo, os mercados
de câmbio e de juros na
BM&F viraram uma das
poucas opções de curto prazo para o investimento de tesourarias de bancos e de fundos multimercados mais
agressivos, que ainda tenham algum dinheiro em
caixa para arriscar.
O movimento ajudou ontem o dólar a seguir sua trajetória de alta no Brasil. A
moeda americana fechou
vendida a R$ 1,824, com valorização de mais 0,88%. No
mês, a moeda já acumula
uma variação de 11,56%.
No mercado internacional
de câmbio, o dólar voltou a
subir após o Fed deixar inalterada as taxas de juros em
2%. Após a decisão, o dólar
recuperou terreno em relação ao iene (subiu até 1,4%,
para 105 ienes) e ao euro
(0,56% para 0,706 euro).
Tesourarias de bancos e
gestores de fundos tem aproveitado algumas oscilações
previsíveis dos juros e da taxa de câmbio para montar
posições que possibilitem
pequenos ganhos, na esperança de diminuir perdas recentes na Bolsa.
Para José Roberto Carreira, da Fair Trade, há um movimento crescente das tesourarias que apostam que a
moeda americana continue
subindo nos próximos dias e
que os juros possam recuar
se vierem notícias de que a
inflação esteja sob controle.
"Vemos as tesourarias indo para negócios com dólar e
juro, na medida em que a
Bolsa é vista como mico de
curto prazo. Os bancos estão
aumentando a posição comprada [aposta na alta do dólar], mas é um movimento de
curto prazo", disse.
Fernando Blanco, presidente brasileiro da Coface,
seguradora de crédito, admite que esse movimento ocorra no curto prazo, mas afirma que o mercado brasileiro
seguira "travado" para operações mais longas. Para
Blanco, as matrizes dos bancos estrangeiros costumam
cortar os limites das Tesourarias e inviabilizar operações alavancadas (com dinheiro emprestado).
"No nosso quintal [mercado brasileiro], é normal que
as matrizes estejam em uma
situação de bastante desconforto com o que está acontecendo no mundo. Em primeiro lugar, cortam-se os limites de tesouraria. O mercado trava. Quem é valente
para fazer uma aposta? As
matrizes dos estrangeiros
puxam o freio de mão. A Bolsa machucou todo mundo."
(TONI SCIARRETTA)
Texto Anterior: Após recuar 4,45%, Bolsa fecha em alta Próximo Texto: Fundos de investimento registram saques de R$ 4,7 bi no país em setembro Índice
|