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Fundos de investimento registram saques de R$ 4,7 bi no país em setembro
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de fundos de investimento registra em setembro mais um mês de saques expressivos. Com a piora da crise
nesta semana -apesar de a Bolsa de Valores ter escapado da
queda ontem-, uma reversão
desse movimento pode estar
ainda bem distante.
A saída líquida de recursos
dos fundos neste mês, até o dia
11, alcançou os R$ 4,7 bilhões.
Profissionais do mercado financeiro estimam que essa saída tenha se aprofundado na segunda-feira, quando a Bovespa
teve seu pior pregão em sete
anos.
Os saques líquidos em todo o
mercado de fundos alcançam
os R$ 25 bilhões em 2008, de
acordo com informações da
Anbid (Associação Nacional
dos Bancos de Investimento).
Este é o primeiro ano em que os
fundos sofrem saques desde
2002.
Um dos principais destinos
dos recursos que têm abandonado os fundos de investimento são os CDBs (Certificados de
Depósito Bancário), que vêm
pagando juros mais elevados
nos últimos meses.
Com as maiores dificuldades
enfrentadas pelos bancos para
captarem recursos, as taxas dos
CDBs devem se manter em patamares altos. As instituições
financeiras precisam captar recursos para ter dinheiro para
emprestar, especialmente neste momento de expansão do
crédito. Uma das formas de as
instituições fazerem isso é emitindo CDBs, que seus clientes
adquirem e recebem uma taxa
de juros em troca.
"Nesse momento de crise, as
aplicações que pagam juros são
as que dão menos dor de cabeça
para os investidores. No segmento, os CDBs e os fundos DI
aparecem como destaque",
afirma o administrador de investimentos Fábio Colombo.
"Por enquanto, as taxas dos
CDBs tendem a seguir elevadas", diz Colombo.
Com a queda de 22,94% que a
Bolsa de Valores de São Paulo
acumula neste ano, é difícil encontrar um fundo de ações que
não esteja no vermelho. O mesmo ocorre com os fundos multimercados -que podem aplicar em diferentes segmentos,
como papéis que rendem juros,
ações e câmbio.
Aproximadamente 72% dos
multimercados carregam ações
em suas carteiras. Dessa forma,
a categoria tem sentido a depreciação da Bolsa. Os multimercados são a categoria que
mais perdeu recursos em 2008:
R$ 33,28 bilhões.
Ganhos com juros
O retorno médio dos CDBs
em 2008 é de 8,4%. Os fundos
de renda fixa pagam cerca de
8,5%, e os DI, 8%. Um ponto
que tem favorecido os CDBs é o
fato de a aplicação não cobrar
taxa de administração, que acaba por corroer uma parcela da
rentabilidade dos fundos. A taxa de administração cobrada
normalmente oscila entre 1% e
4% ao ano.
Patrícia Branco, sócia-gestora da Global Equity, avalia que
o mercado acionário segue arriscado no curto prazo. Mas,
para o investidor que pensa em
prazos maiores, ao menos em
12 meses, as ações podem começar a ser encaradas como
uma opção.
"Mas temos de considerar
que os juros estão muito elevados e vão subir ainda mais um
pouco", afirma.
(FV)
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