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EM TRANSE
Saídas chegam a US$ 567 mi nas duas primeiras semanas do mês, ante US$ 253 mi no mesmo período de setembro
Fuga de dólares pela CC-5 dobra em outubro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As remessas de dólares para o
exterior feitas por meio das CC-5
(contas mantidas por empresas
ou pessoas instaladas ou residentes no exterior) já chegam a US$
7,417 bilhões neste ano, segundo
dados do Banco Central. No mesmo período do ano passado, US$
4,167 bilhões deixaram o país por
meio desse instrumento.
Nas primeiras duas semanas
deste mês, as remessas de dólares
pelas CC-5 chegaram a US$ 567
milhões, mais que o dobro dos
US$ 253 milhões registrados no
mesmo período de setembro. Para o BC, o valor das remessas feitas pelas CC-5 não preocupa e não
deve ser entendido como uma fuga de capitais.
Em geral, o envio de dólares para fora do país costuma aumentar
em momentos de crise, quando
pessoas e empresas tentam proteger seu patrimônio. Isso ocorre
porque, diferentemente de outras
operações, nos negócios feitos pelas CC-5 não é preciso explicar ao
BC os motivos da remessa. Basta
que os envolvidos na operação sejam identificados.
Em dezembro do ano passado,
por exemplo, quando a crise argentina se agravava, as remessas
pelas contas CC-5 chegaram a
US$ 1,357 bilhão.
Transações financeiras
Além das remessas feitas pelas
CC-5, as transações classificadas
pelo BC de financeiras (ingresso
de investimento estrangeiro, pagamento de dívida externa e remessas de lucros e dividendos,
entre outras) também colaboraram para a saída de dólares.
Nas primeiras duas semanas de
outubro, essas transações foram
responsáveis pelo envio de US$
830 milhões. No ano, o valor já
chega a US$ 18,1 bilhões, ante US$
5,1 bilhões registrados no mesmo
período do ano passado.
Esse comportamento reflete,
em grande parte, a queda no ingresso de investimento estrangeiro direto no país e a dificuldade
das empresas em conseguir empréstimos no exterior. Com isso,
as empresas precisam remeter
dólares para quitar os empréstimos que não foram renovados.
Segundo o BC, o Brasil deve receber US$ 15 bilhões em investimentos estrangeiros neste ano,
contra US$ 22,5 bilhões do ano
passado. O total de empréstimos
deve cair de US$ 34,6 bilhões para
US$ 19,5 bilhões.
Até agora, a queda no ingresso
de capital externo foi compensada pelo fluxo de dólares provenientes de operações de comércio
exterior. No início de outubro, os
exportadores trouxeram US$
1,997 bilhão ao país. Os importadores enviaram US$ 1,078 bilhão
para o exterior, o que resultou em
saldo de US$ 919 milhões.
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