São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002
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O VAIVÉM DAS COMMODITIES "Agora é com o mercado" Essa frase, dita por um membro do governo, indica a situação do mercado de arroz. O governo jogou pesado, colocando semanalmente parte de seus estoques em leilão, mas os preços não cederam. Agora, após o leilão desta semana, restam apenas 60 mil toneladas nos estoques governamentais no Rio Grande do Sul. Pouca opção O fim dos estoques de arroz agulhinha do governo e a manutenção do dólar nos patamares atuais, o que impede as importações, deverão manter elevados os preços do produto. Ontem, os produtores recebiam, em média, R$ 25,50 por saca em Uruguaiana (RS). Os estoques de Mato Grosso estão em 350 mil toneladas. À espera O governo não liberou nem a primeira parcela dos R$ 320 milhões que seriam destinados aos exportadores de café para substituir os Adiantamentos de Contratos com Câmbio. O anúncio foi feito há 60 dias. Com a crise cambial, o setor enfrenta dificuldades para conseguir ACCs e fechar as exportações. Toma lá, dá cá Chega hoje uma missão da Ucrânia para acertar as vendas de trigo ao Brasil. As primeiras cargas vieram com fungo. Na Ucrânia, o governo disse ontem que vai restringir as compras de café solúvel do Brasil, que tiveram crescimento de 153% nos últimos 12 meses. Alguma relação? Uma pausa O café parou de subir ontem nos mercados interno e externo. Em Nova York, a queda foi de 3,73%. No Brasil, de 2,62%. Seca na soja A seca começa a afetar o plantio de soja no Centro-Oeste. Muitos produtores que anteciparam o plantio terão de fazê-lo novamente. Um dos principais problemas desta seca é que o atraso no plantio de soja poderá retardar também o do milho safrinha. Além disso, se o replantio de soja for grande, o produtor terá dificuldades para comprar outra semente. No Paraná Os paranaenses semearam 4,7% da área de soja, diz Otmar Hubner, do Deral. A seca também atrapalha o plantio no Estado, ao contrário do Rio Grande do Sul, onde o excesso de chuva impede as máquinas de irem ao campo. Relação vantajosa No início do plantio de 2001, os produtores paranaenses gastavam o correspondente a 1.242 quilos de soja para determinada fórmula de fertilizantes. Neste ano, estão gastando apenas 846 quilos, conforme dados do Deral. Sem parar O mercado de boi registrou negócios a R$ 55 por arroba ontem, com pagamento para 30 dias, segundo cotações da FNP Consultoria & Comércio. No mercado futuro, o contrato deste mês registrou R$ 56, à vista, o que seria próximo de R$ 57 na comparação com o pagamento em 30 dias. Pouca oferta A alta se deve à pouca disposição dos pecuaristas de vender bois. Quanto menos vendem, mais têm a sensação de que os preços vão continuar subindo. E-mail: mzafalon@folhasp.com.br Texto Anterior: Mercado financeiro: Juros caem pela 1ª vez na semana na BM&F Próximo Texto: Tributação: Receita reabre Refis para 1.952 empresas Índice |
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