São Paulo, quinta-feira, 17 de outubro de 2002

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MERCADO FINANCEIRO

Taxas para janeiro de 2003 recuam de 25,60% para 24,62%; investidores teriam zerado posições

Juros caem pela 1ª vez na semana na BM&F

DA REPORTAGEM LOCAL

Após atingir os limites de alta por dois dias consecutivos, as projeções para os juros caíram ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Os contratos para janeiro de 2003, os mais negociados, fecharam com projeção de taxa de 24,62%, ante 25,60%. Para novembro, as taxas passaram de 23,01% para 22,25%, e, para dezembro, de 24,32% para 23,70%.
Segundo um operador, muitas instituições, surpresas pela elevação dos juros básicos da economia na segunda-feira, correram para zerar suas posições nesse mercado nos últimos dias.
Esse movimento levou as taxas a atingirem o limite de alta imposto pela Bolsa de 10% em um dia e paralisou as negociações. Como a BM&F exige o pagamento em dinheiro diário para o ajuste de posições, o custo de mantê-las estava muito alto.
Grande parte dos investidores teria optado, então, por sair dos contratos via mercado de balcão. Esse mercado é formado por operações de compra e venda de ativos feitas entre dois investidores sem que haja necessidade da coordenação dos negócios por uma instituição -no caso, a BM&F. Se as taxas fecharam a 26%, por exemplo, eles aceitaram pagar 27% para zerar seu prejuízo. Como boa parte zerou as posições, a pressão diminuiu ontem.
O mercado ainda cogita a possibilidade de o Banco Central elevar, mais uma vez, os juros brasileiros no dia 23.
O comportamento do dólar até lá pode ser um fator a influenciar a decisão. Há analistas que acreditam que um choque de juros pode ser usado para conter o dólar. Se esse realmente for um fator a ser computado, as cotações deverão continuar pressionadas.
Também no dia 23 há o vencimento de dívida pública do governo no valor de US$ 1,52 bilhão, e o mercado deverá experimentar mais uma vez a pressão dos últimos dias. Haverá tentativas de rolagem do BC e movimentações de bancos, no sentido de elevar ganhos na hora do resgate. Nesse mesmo dia há outros US$ 300 milhões em vencimentos de débitos do setor privado, o que eleva a procura por dólares.
Em dia de vencimento de índice futuro, a Bovespa caiu 1,59%, para 8.370 pontos -seu menor nível em pontos em cerca de três anos e meio. O giro financeiro foi de R$ 744,453 milhões.
(ANA PAULA RAGAZZI)


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