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MERCADO FINANCEIRO
Taxas para janeiro de 2003 recuam de 25,60% para 24,62%; investidores teriam zerado posições
Juros caem pela 1ª vez na semana na BM&F
DA REPORTAGEM LOCAL
Após atingir os limites de alta
por dois dias consecutivos, as
projeções para os juros caíram
ontem na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros).
Os contratos para janeiro de
2003, os mais negociados, fecharam com projeção de taxa de
24,62%, ante 25,60%. Para novembro, as taxas passaram de
23,01% para 22,25%, e, para dezembro, de 24,32% para 23,70%.
Segundo um operador, muitas
instituições, surpresas pela elevação dos juros básicos da economia na segunda-feira, correram
para zerar suas posições nesse
mercado nos últimos dias.
Esse movimento levou as taxas
a atingirem o limite de alta imposto pela Bolsa de 10% em um dia e
paralisou as negociações. Como a
BM&F exige o pagamento em dinheiro diário para o ajuste de posições, o custo de mantê-las estava muito alto.
Grande parte dos investidores
teria optado, então, por sair dos
contratos via mercado de balcão.
Esse mercado é formado por operações de compra e venda de ativos feitas entre dois investidores
sem que haja necessidade da
coordenação dos negócios por
uma instituição -no caso, a
BM&F. Se as taxas fecharam a
26%, por exemplo, eles aceitaram
pagar 27% para zerar seu prejuízo. Como boa parte zerou as posições, a pressão diminuiu ontem.
O mercado ainda cogita a possibilidade de o Banco Central elevar, mais uma vez, os juros brasileiros no dia 23.
O comportamento do dólar até
lá pode ser um fator a influenciar
a decisão. Há analistas que acreditam que um choque de juros pode
ser usado para conter o dólar. Se
esse realmente for um fator a ser
computado, as cotações deverão
continuar pressionadas.
Também no dia 23 há o vencimento de dívida pública do governo no valor de US$ 1,52 bilhão,
e o mercado deverá experimentar
mais uma vez a pressão dos últimos dias. Haverá tentativas de rolagem do BC e movimentações de
bancos, no sentido de elevar ganhos na hora do resgate. Nesse
mesmo dia há outros US$ 300 milhões em vencimentos de débitos
do setor privado, o que eleva a
procura por dólares.
Em dia de vencimento de índice
futuro, a Bovespa caiu 1,59%, para
8.370 pontos -seu menor nível
em pontos em cerca de três anos e
meio. O giro financeiro foi de R$
744,453 milhões.
(ANA PAULA RAGAZZI)
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