São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

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Contribuição é obrigatória em poucos países

DA REPORTAGEM LOCAL

Sindicatos europeus e americanos mantêm suas estruturas principalmente com a arrecadação de mensalidades de sócios. Em poucos países, como Equador e Egito, existe a contribuição obrigatória para manter os sindicatos, como no Brasil.
"O sindicalismo europeu é mil vezes mais exigente e vociferante. Lá eles falam em nome dos sócios. Por isso eles têm representatividade. Ninguém é obrigado a pagar contribuição compulsória", diz Fernando Moro, advogado trabalhista.
Para Arnaldo Nogueira, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, os sindicatos fora do país se modernizaram, buscaram fontes de renda alternativas. "Aqui, no Brasil, como a renda é garantida, houve acomodação. Os sindicatos são burocráticos e corporativistas", afirma.
Na Alemanha, os sindicatos são até donos de bancos -isto é, têm investimentos que são também fontes de arrecadação, além das mensalidades pagas pelos sócios.
"Os alemães têm apenas oito sindicatos para defender os trabalhadores. No Brasil, há um número excessivo de sindicatos. Esse número só cresce porque beneficia alguns dirigentes", afirma Cássio Mesquita de Barros, professor da USP. Já na Espanha, diz, o dinheiro que sustenta os sindicatos vem do Orçamento do Estado.
O Brasil também não está sozinho na cobrança de taxas assistenciais. Nos sindicatos da Argentina, da Colômbia, da Grécia e do Reino Unido, a cobrança dessa contribuição é admitida, mas não é obrigatória. Só que nesses países não existe a contribuição compulsória.
(FF e CR)

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