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PÉ NO FREIO
Queda foi de 0,3% em relação ao 2º tri; folha de pagamento recuou 0,4%
Emprego na indústria cai no 3º tri
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Já sob impacto de câmbio desfavorável às exportações, o mercado de trabalho na indústria se deteriorou no terceiro trimestre deste ano. O nível de emprego no setor caiu 0,3% e a folha de pagamento das fábricas teve retração
de 0,4% na comparação livre de
influências sazonais com o segundo trimestre de 2005, informou
ontem o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Impulsionado pelo bom desempenho das indústrias de Minas e
São Paulo, o emprego chegou a se
recuperar em setembro, com alta
de 0,6%, depois do recuo (0,2%)
de agosto. Mas o emprego ficou
estável na comparação com setembro de 2004, encerrado um ciclo de 18 meses consecutivos de
crescimento. No terceiro trimestre, a expansão foi de 0,4% -pior
resultado desde o primeiro trimestre de 2004 (-0,6%).
Segundo Isabella Nunes, economista da Coordenação de Indústria do IBGE, o recuo tanto do emprego como da renda acompanhou a desaceleração da produção da indústria, que encerrou o
terceiro trimestre com retração de
0,7% ante o segundo trimestre.
Entre as causas da perda de ritmo, Nunes citou o câmbio, que
aumenta a competição com produtos importados e diminui a
atratividade das exportações brasileiras. E a queda do dólar atinge
com mais intensidade os ramos
que empregam relativamente
mais. Setores como calçados, madeira e têxteis já registram perdas
no nível de emprego e puxaram o
resultado do trimestre para baixo.
"O câmbio está fazendo um estrago muito grande na indústria e
o mais grave é que a concorrência
externa afeta mais os setores intensivos em mão-de-obra", disse
Júlio Gomes de Almeida, diretor-executivo do Iedi (Instituto de Estudos para do Desenvolvimento
Industrial), em referência aos dados do trimestre.
Sobre o resultado de setembro,
Gomes de Almeida considerou a
expansão de 0,6% positiva. Disse
que ela ocorreu graças à expectativa de empresários em relação ao
Natal. É a mesma opinião de Isabella Nunes, do IBGE.
Renda
Embora tenha caído na comparação com agosto (1,3%), o rendimento segue em alta sobre 2004,
com expansão de 3,7% em setembro. No terceiro trimestre, a folha
de pagamento cresceu 3,9% em
relação a igual trimestre de 2004.
Para Nunes, a queda em setembro foi um ajuste ao ritmo forte de
crescimento (1,9%) de agosto. Na
comparação anual, diz, o "ganho
real" tem como reflexo o forte recuo da inflação neste ano.
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