São Paulo, sábado, 17 de novembro de 2007

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Programas sociais na AL tiram 10 mi da indigência

Além desses, 15 mi saem da pobreza, diz a Cepal

DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2007, 15 milhões de latino-americanos saíram da pobreza e outros 10 milhões deixaram a indigência, segundo a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). O principal motivo foi a alta sustentável do crescimento econômico entre 2003 e 2007, que reduziu os índices de desemprego. Programas sociais, como o Bolsa Família, também influenciaram o movimento.
Segundo o informe "Panorama Social da América Latina 2007", pela primeira vez, desde 1990, o número de pobres na região caiu abaixo de 200 milhões de pessoas. Mesmo com o avanço, ainda há 190 milhões de pobres na região, sendo que 71 milhões em miséria. O número equivale a 35,1% da população na região. Em 1980, o número de pobres na região era de 136 milhões de pessoas, equivalentes a 40,5% da população.
Outra crítica feita pela entidade, que faz parte da ONU (Organização das Nações Unidas), é a persistência da concentração de renda. Segundo o texto, a América Latina ainda apresenta "múltiplas brechas sociais que separam os grupos mais vulneráveis dos que têm melhores condições de vida", o que "ameaça a coesão social".
Mesmo assim, a Cepal avalia que a região se encontra bem encaminhada no compromisso de reduzir à metade, até 2015, a pobreza extrema registrada em 1990. A meta foi fixada nos Desafios do Milênio da ONU.
A América Latina conseguiu cumprir 87% do objetivo, o que permitiria ampliá-lo para reduzir à metade a pobreza total.

Boa colocação
O Brasil mereceu destaque especial. De 1990 a 2005, o país apresentou taxa anual de redução de pobreza superior a 1,5% ao ano, percentual que o coloca entre as nações em que houve mais avanços na região.
Entre 2001 e 2006, 6 milhões de brasileiros deixaram de ser indigentes. "Os programas públicos, especialmente o Bolsa Família, tiveram influência decisiva nesse desempenho."
Além do Brasil, o Chile, o Equador e o México têm conseguido cumprir as metas da ONU. O "dinamismo do mercado de trabalho" contribuiu para o melhor resultado desses países. Já El Salvador conseguiu atingir apenas 25% do objetivo.
O estudo destaca ainda que a presença das crianças do ensino primário nas escolas "é quase universal" (97%) na região.
Também aumentou a freqüência escolar entre jovens. "A maior presença na escola beneficiou, principalmente, os filhos dos pais com pouco estudo", destaca a Cepal.


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