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PNX deve perder competitividade sem BRA, diz analista
MARINA FALEIROS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A agência de viagens PNX
Travel, que baseava suas operações na frota da BRA Transportes Aéreos, deve perder competitividade com a saída da companhia aérea do mercado.
Essa é a avaliação de Carlos
Alberto Amorim, vice-presidente da Abav (Associação Brasileira de Agências de Viagem).
"Agora ficou difícil competir,
pois a companhia era totalmente baseada na operação da
BRA. Com outras empresas,
não vai conseguir os mesmos
preços", disse Amorim.
A saída da agência de viagens
PNX Travel do mercado não
traz grandes mudanças para o
setor de agências de turismo no
Brasil, ante o poder da CVC,
que detém 65% do mercado de
pacotes turísticos.
"É uma desproporção muito
grande, todo o resto do segmento está divido entre milhares de empresas, e a PNX está
nesse bolo", avalia o representante da Abav.
Operadores de vendas ouvidos pela reportagem afirmam
que a PNX não era uma empresa prestigiada, principalmente
por causa de problemas no
atendimento e, por isso, não ganhou mercado.
Caio Luiz de Carvalho, presidente da São Paulo Turismo,
diz que a saída da PNX prejudica o acesso das camadas de menor renda ao turismo, pois ela
oferecia preços baixos. "Mas
não terá muito impacto se a
PNX sumir. A questão é o que
acontece se a BRA deixa de
existir, pois estamos na véspera
da grande temporada brasileira
na área de turismo, com a chegada do verão".
Edson Pinto, coordenador de
comunicação do sistema CNtur
(Confederação Nacional do Turismo) e Abresi (Associação
Brasileira de Gastronomia,
Hospedagem e Turismo), diz
que é triste o possível fim da
PNX. "É o mesmo grupo financeiro da BRA que dá sustentação à empresa, sabemos que é
uma situação complicada e eles
estão em busca de investidores
que possam absorver o impacto
negativo do que aconteceu."
Nesse mercado, quem se destaca com um crescimento sólido, diz Amorim, é apenas a
CVC, que agora também é dona
da companhia aérea Webjet.
Carvalho, que também já foi
presidente da Embratur e Ministro de Esportes e Turismo,
também acredita que a Webjet
possa se tornar o que a BRA tinha proposto no mercado,
"mas não conseguiu realizar".
O setor de agências de viagens está preparado para uma
retração de mercado em 2007,
afirma Amorim.
Desestímulo
De acordo com ele, os problemas da crise aérea, com atrasos
e cancelamentos de vôos, desestimularam o turismo doméstico. "Pode ser que neste
ano as vendas de pacotes caiam
até 10% em relação ao ano passado", prevê o especialista.
Para Amorim, o dólar baixo
também estimulou muito mais
o turismo internacional. "Para
o Ano Novo, estamos com vendas abaixo da expectativa para
as viagens nacionais, já para o
carnaval, temos lista de espera
nos vôos para a Disney."
Já a coordenadora da área de
Turismo do Senac São Paulo,
Priscila Tatiana Izawa Maciel,
acredita que o mercado de turismo no Brasil está aquecido,
mesmo diante dos problemas.
"O mercado de agências é bem
flexível e consegue se ajustar
rapidamente. Tenho certeza
que os aviões da BRA não ficarão ociosos."
Além disso, Maciel lembra
que novas empresas estão entrando no mercado e conquistando espaço, inclusive no
mundo virtual. "O Submarino e
Decolar são exemplos e existe
ainda uma tendência mundial
de fusões neste setor, que pode
gerar empresas de turismo
maiores."
Para Pinto, da CNTur, a vinda da Copa do Mundo de 2014
vai estimular a entrada até
mesmo de investidores internacionais no mercado de agências. "Muitas empresas vão
querer ganhar visibilidade e
aproveitar o momento para entrar no Brasil."
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