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Criação de vaga formal tem melhor outubro
País gera 231 mil empregos com carteira assinada; resultado, porém, mostra desaceleração e fica 8,6% abaixo do de setembro
Indústria cria mais postos; governo estima que, neste
mês, 150 mil vagas sejam
geradas e que em dezembro
haja a eliminação de 200 mil
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O mercado de trabalho formal registrou em outubro a
criação de 230.956 vagas, o que
representa a melhor marca para o mês desde 1992 -início da
série histórica sobre o emprego
com carteira assinada.
O resultado, no entanto,
mostra que o ritmo na geração
de vagas entrou em fase de desaceleração, o que deverá culminar com o fechamento de
mais de 200 mil postos em dezembro. O número de vagas
criadas em outubro é 8,6% menor que o de setembro.
Tradicionalmente, o mercado de trabalho tem fraco desempenho no último trimestre
do ano. O Ministério do Trabalho projeta que, neste mês, o
saldo de contratações vá ficar
próximo de 150 mil postos, enquanto a perda de vagas em dezembro -comportamento histórico do mercado nesse mês-
flutuará em torno de 200 mil
postos.
Para o governo, a confirmação desses números soará como uma boa notícia. "Será o
melhor novembro da história e
o menor número de demissões
em dezembro também da história", afirmou em tom eufórico o ministro Carlos Lupi (Trabalho). Ele prevê que a geração
de empregos no ano alcance 1,1
milhão de postos.
Até outubro, já foi criado
1,163 milhão de postos formais.
O resultado desfavorável de dezembro ajustará para baixo o
saldo acumulado. De acordo
com a série histórica oficial, em
dezembro a média de fechamento de postos é de 300 mil
vagas. Em 2008, com o estouro
da crise financeira internacional no Brasil, o mercado formal
perdeu 655 mil postos só em
dezembro.
Na avaliação de Lupi, o segundo semestre vem surpreendendo, pois vários setores foram precipitados ao demitir
trabalhadores no auge da crise
e agora se veem obrigados a recompor os quadros para atender à demanda. Por esse motivo, afirma o ministro, o último
trimestre não será tão ruim para o mercado de trabalho como
em anos anteriores.
Entusiasmado, Lupi chegou
a projetar a geração de 2 milhões de empregos formais em
2010, associado a uma expansão do PIB (Produto Interno
Bruto) de 7% a 8%. O Ministério da Fazenda, por sua vez,
avalia que a economia crescerá
5% no ano que vem.
"Controlar a inflação é importante. Mas mais importante
é investir no país, garantir mais
crédito, redução de juros e recomposição dos salários do trabalhador", disse o ministro.
Indústria
Em outubro, a indústria foi o
setor que mais contribuiu para
a geração de empregos, com a
criação de 74.552 postos.
"A indústria segurou as contratações e depois demitiu precipitadamente. Agora, passa
por uma forte contratação porque tem de repor estoques",
afirmou o ministro.
O segundo setor a puxar a expansão do emprego foi o de serviços. No ano, a atividade é responsável pela criação do maior
saldo de vagas: 481.007. "Serviços vai ser o setor que sustentará a geração de empregos em
2010", disse Lupi.
No mês passado, o único setor a apresentar resultado negativo foi a agricultura. De
acordo com a análise do ministério, a entressafra (café) no
Sudeste foi o principal motivo
para isso. Nos próximos meses,
o emprego no campo continuará minguando por conta de fatores típicos desta época do
ano.
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