São Paulo, terça-feira, 17 de novembro de 2009

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GM começa a pagar dívida com os EUA

JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

A General Motors anunciou ontem que sua situação financeira melhorou e que pretende começar a pagar, já no final deste ano, parte do dinheiro injetado pelo governo. A companhia divulgou prejuízo de US$ 1,15 bilhão no terceiro trimestre, o primeiro resultado divulgado desde que saiu da concordata, em julho.
A companhia planeja pagar em parcelas trimestrais um empréstimo de US$ 6,7 bilhões concedido pelo governo americano e outro de US$ 1,4 bilhão concedido pelo Canadá.
Em dezembro, ela pagará US$ 1,2 bilhão (US$ 1 bilhão aos EUA e US$ 192 milhões ao governo do Canadá).
O início do pagamento das prestações ocorre mais de cinco anos antes do vencimento do empréstimo do governo americano.
Além do aspecto favorável de carregar menos dívidas em seu balanço, a empresa mostrou preocupação com a opinião pública.
Apesar disso, mesmo com o adiantamento, a companhia ainda estará muito longe de devolver aos cofres públicos o valor total injetado pelo governo, da ordem de US$ 50 bilhões.
A GM já começou a pagar o empréstimo concedido pelo governo alemão para apoiar a Opel, a divisão europeia da montadora americana. Já foram pagos US$ 700 milhões e está previsto para o fim do mês o pagamento do valor restante, de US$ 600 milhões.
No final de setembro, a GM tinha em caixa US$ 42,6 bilhões. O presidente-executivo da montadora, Fritz Henderson, disse que "é um compromisso da equipe de direção da companhia devolver o dinheiro aos contribuintes".
A "nova GM", criada após sair da concordata com participação de 61% do governo americano, cortou 34 mil empregos desde o início do ano, eliminou US$ 78 bilhões em dívidas e reduziu em 50% o estoque de veículos não vendidos nos EUA.
O presidente da empresa definiu o resultado da companhia no trimestre como uma perda "muito menor do que a já registrada e certamente melhor do que nosso plano ao entrar em concordata, mas apesar disso é uma perda e não se pode ficar satisfeito com ela".
Os resultados da empresa foram auxiliados pelas vendas na China, onde a companhia tem uma fatia de mercado de 14%. "O foco de crescimento em vendas da GM é a Ásia. Além da China, ela está atenta a mercados com potencial de crescimento, como Índia e Tailândia", afirma Michael Robinet, da CSM Worldwide.
Para 2010, a companhia espera crescimento modesto no mercado americano com vendas da ordem de 11 milhões a 12 milhões de unidades.

GM do Brasil
No Brasil, a GM é a terceira maior montadora, com cerca de 20% de participação nas vendas de automóveis. Por conta do mercado aquecido, a GM decidiu contratar 600 trabalhadores para as fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, em São Paulo. Até 2012, a montadora irá investir uma média de R$ 1 bilhão por ano.


Colaborou a Redação


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