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GM começa a
pagar dívida
com os EUA
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
A General Motors anunciou ontem que sua situação
financeira melhorou e que
pretende começar a pagar, já
no final deste ano, parte do
dinheiro injetado pelo governo. A companhia divulgou
prejuízo de US$ 1,15 bilhão
no terceiro trimestre, o primeiro resultado divulgado
desde que saiu da concordata, em julho.
A companhia planeja pagar em parcelas trimestrais
um empréstimo de US$ 6,7
bilhões concedido pelo governo americano e outro de
US$ 1,4 bilhão concedido pelo Canadá.
Em dezembro, ela pagará
US$ 1,2 bilhão (US$ 1 bilhão
aos EUA e US$ 192 milhões
ao governo do Canadá).
O início do pagamento das
prestações ocorre mais de
cinco anos antes do vencimento do empréstimo do governo americano.
Além do aspecto favorável
de carregar menos dívidas
em seu balanço, a empresa
mostrou preocupação com a
opinião pública.
Apesar disso, mesmo com
o adiantamento, a companhia ainda estará muito longe de devolver aos cofres públicos o valor total injetado
pelo governo, da ordem de
US$ 50 bilhões.
A GM já começou a pagar o
empréstimo concedido pelo
governo alemão para apoiar
a Opel, a divisão europeia da
montadora americana. Já foram pagos US$ 700 milhões
e está previsto para o fim do
mês o pagamento do valor
restante, de US$ 600 milhões.
No final de setembro, a
GM tinha em caixa US$ 42,6
bilhões. O presidente-executivo da montadora, Fritz
Henderson, disse que "é um
compromisso da equipe de
direção da companhia devolver o dinheiro aos contribuintes".
A "nova GM", criada após
sair da concordata com participação de 61% do governo
americano, cortou 34 mil
empregos desde o início do
ano, eliminou US$ 78 bilhões
em dívidas e reduziu em 50%
o estoque de veículos não
vendidos nos EUA.
O presidente da empresa
definiu o resultado da companhia no trimestre como
uma perda "muito menor do
que a já registrada e certamente melhor do que nosso
plano ao entrar em concordata, mas apesar disso é uma
perda e não se pode ficar satisfeito com ela".
Os resultados da empresa
foram auxiliados pelas vendas na China, onde a companhia tem uma fatia de mercado de 14%. "O foco de crescimento em vendas da GM é a
Ásia. Além da China, ela está
atenta a mercados com potencial de crescimento, como Índia e Tailândia", afirma Michael Robinet, da CSM
Worldwide.
Para 2010, a companhia
espera crescimento modesto
no mercado americano com
vendas da ordem de 11 milhões a 12 milhões de unidades.
GM do Brasil
No Brasil, a GM é a terceira
maior montadora, com cerca
de 20% de participação nas
vendas de automóveis. Por
conta do mercado aquecido,
a GM decidiu contratar 600
trabalhadores para as fábricas de São Caetano do Sul,
São José dos Campos e Mogi
das Cruzes, em São Paulo.
Até 2012, a montadora irá investir uma média de R$ 1 bilhão por ano.
Colaborou a Redação
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