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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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Folha seria desonerada

Alíquota da Cofins pode subir para 10,1%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A alíquota da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) pode aumentar mais 2,5 pontos percentuais, chegando a 10,1% sobre o faturamento das empresas, caso o governo decida retirar metade da contribuição previdenciária que incide sobre a folha de salários.
As mudanças na contribuição previdenciária beneficiariam o setor de serviços, grande prejudicado pela MP que aumentou a Cofins de 3% para 7,6% a partir de fevereiro de 2004. O governo quer votar a MP na Câmara dos Deputados hoje, mas o PSDB já avisou que vai obstruir a votação.
A medida provisória acaba com a cumulatividade (incidência em todas as fases da produção) da Cofins e eleva a alíquota para evitar perda de receita. Como o setor de serviços tem poucas fases produtivas, seria mais afetado.
O relator da medida na Câmara, deputado Jamil Murad (PC do B-SP), vai incluir um dispositivo que prevê a regulamentação em 90 dias do mecanismo que vai desonerar parte da folha de salários da contribuição previdenciária.
A arrecadação seria obtida com a contribuição adicional sobre o faturamento, provavelmente embutida na própria Cofins. O setor de serviços, nesse caso, seria beneficiado porque emprega muito.
Mas os estudos que vêm sendo feitos na Receita Federal mostram que a desoneração da folha vai prejudicar quem investiu em tecnologia e até empresas do próprio setor de serviços. Portanto cresce o lobby de setores para ficar na regra antiga da Cofins (3%, com cumulatividade) ou para que a alíquota de 7,6% seja revista.
O governo estuda excluir das novas regras da Cofins os setores de educação, saúde e transporte coletivo. A saída dos três geraria perda de quase R$ 1 bilhão.
Ontem o PSDB mostrou estudos que apontam para um crescimento da arrecadação de R$ 8,2 bilhões caso a mudança na Cofins tivesse sido feita neste ano. O governo vem falando em R$ 5,8 bilhões por ano a partir de 2004.


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