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São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Núcleo de índice tem menor nível em 38 anos

Inflação nos EUA diminui, e a taxa de juros deverá permanecer baixa

DA REDAÇÃO

A inflação norte-americana recuou para o mais baixo nível em 38 anos. Sem pressões inflacionárias, o Federal Reserve (banco central do país) não terá razões para subir as taxas de juros tão cedo, dizem os analistas.
De acordo com relatório divulgado ontem pelo Departamento do Trabalho dos EUA, o núcleo (sem contar energia e alimentos) do índice de preços ao consumidor ficou em 1,1% nos 12 meses encerrados em novembro, o menor desde 1966. Esse é um dos índices mais observados pelo Fed.
No mês passado, o índice de preços ao consumidor registrou uma queda de 0,2% na comparação com outubro. O núcleo do índice apontou um recuo de 0,1%, a primeira diminuição nos preços, por esse critério, desde 82.
"Os números dão base à própria estimativa do Fed de que a inflação ficará retraída nos próximos seis meses", disse Cary Leahey, economista sênior do Deutsche Bank Securities em Nova York. "Isso sustenta a noção de que o Fed talvez não aumente os juros no ano que vem."
Na semana passada, o comitê de política monetária do Federal Reserve decidiu manter a taxa básica de juros em 1% ao ano, o nível mais baixo desde 1958. Segundo nota divulgada pelo Fed, há evidências de fortalecimento da atividade econômica, mas a inflação segue sob controle, e, assim, os juros poderiam seguir baixos "por um período considerável".
Juros baixos nos EUA são boa notícia para o Brasil. Se o Fed elevar suas taxas de maneira acentuada, investir nos EUA passaria a ser mais atraente, e o BC brasileiro teria menos espaço para cortar a Selic (taxa básica do país).

Bons números
A queda no índice de preços poderia ser um sinal de fragilização da economia americana, mas outros números divulgados ontem mostram que a retomada do país segue estável.
De acordo com o Federal Reserve, a produção industrial norte-americana cresceu 0,9% no mês passado. O avanço foi o maior dos últimos quatro anos.
O aquecimento na atividade da indústria reduziu a capacidade ociosa. A utilização da capacidade instalada ficou em 75,7% no mês passado, o maior índice desde setembro do ano passado, mas num nível que ainda não é considerado inflacionário, de acordo com os economistas.
Já de acordo com o Departamento de Comércio, o déficit comercial no terceiro trimestre ficou em US$ 135 bilhões. Ainda que elevado, o saldo negativo é inferior ao do segundo trimestre do ano, quando havia sido de US$ 139,4 bilhões.


Com agências internacionais


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