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PESQUISA
Banco Merrill Lynch ouviu 301 administradores
Gestores apostam em alta de ações em mercado emergente, em 2004
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ano de 2004 deverá ser de investimentos em ações, principalmente em mercados emergentes.
É o que revela pesquisa concluída
pelo banco Merrill Lynch com 301
gestores de fundos de investimentos de todo o mundo.
Perguntados sobre perspectivas
de valorização do mercado de
ações, 80% dos entrevistados
apostam em alta nos próximos
doze meses. Prevalece, no entanto, os que esperam ganhos baixos,
de apenas um dígito (63%).
Quanto às regiões em que pretendem investir, 34% dizem que
gostariam de aumentar sua exposição a mercados emergentes em
relação aos demais, contra apenas
5% que devem reduzi-la.
Em relação aos Estados Unidos,
a tendência é oposta: apenas 12%
afirmam que gostariam de aumentar sua carteira de ações norte-americanas em comparação à
média, e outros 40% dizem que
gostariam de reduzir sua exposição relativa ao país.
"Os gestores estão muito interessados nos mercados emergentes e esperam maiores retornos
desses países em 2004", afirma
David Bowers, estrategista-chefe
de investimentos do Merril Lynch
em Londres.
Segundo Bowers, o interesse
maior está nos países asiáticos,
principalmente na China.
Mas esse otimismo tende a ser
reduzido no fim de 2004. A causa
será o provável aumento de juros
pelo Fed (Federal Reserve) nos
Estados Unidos. Os entrevistados
apostam em um início de aperto
da política monetária norte-americana daqui a sete meses.
"Sem dúvida, isso [esse aumento] deve reduzir a liquidez mundial e retirar recursos de países
emergentes. O que significa que,
em 2005, o cenário para esses países pode mudar", diz Bowers.
Economia global
A razão para a expectativa de
elevação de juros, no entanto, é
boa. Por trás disso estão fortes
apostas em continuação da retomada da economia global em
2004. Entre os entrevistados, 69%
apostam em uma economia mundial mais forte em 2004. Apenas
12% falam em piora.
"A forte confiança dos gestores
na recuperação da economia global nos surpreendeu. Há, visivelmente, a expectativa de um maior
apetite por risco que já vem aumentando muito", diz Bowers.
Embora citem o desempenho
da China como um dos fatores
que contribuirão bastante para a
recuperação global no próximo
ano, os Estados Unidos continuarão sendo o motor dessa retomada. Isso deve levar a um aumento
da inflação norte-americana e,
consequentemente, a uma elevação dos juros.
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