São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Pacote não será inflacionário, diz Fazenda

O pacote para destravar o crescimento será o primeiro movimento no Brasil pós-política de estabilização no qual se mira o desenvolvimento com responsabilidade fiscal e sem o risco de descontrole inflacionário.
A definição é do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ao comentar o plano econômico que será anunciado nesta semana pelo presidente Lula.
De acordo com o economista, o plano foi elaborado a partir de orientação do ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o objetivo de priorizar o investimento, mas sem gerar inflação. Ele diz que o plano levou em conta as limitações orçamentárias do governo.
Por todas essas características, Gomes de Almeida admite que há possibilidade até de o pacote ser considerado tímido. Segundo ele, há sempre o risco da crítica fácil de que as medidas de desoneração tributária para incentivar os investimentos não sejam ideais ou de que os recursos podem não ser suficientes para destravar totalmente os investimentos.
Serão, a seu ver, críticas injustas, já que será forte o alcance das medidas de estímulo ao investimento do plano econômico. A grande vantagem do pacote, na sua opinião, é que o país irá ampliar o crescimento sem dinamitar as contas públicas e mantendo as conquistas sociais.
O pacote pode até não atingir o nível desejado que o próprio governo gostaria para o aumento do investimento, mas vai dar um passo importante nessa direção. "Depois de muitos anos, nós vamos ter uma política econômica orientada para melhorar e ampliar o investimento no Brasil", diz.
Gomes de Almeida diz que o plano terá preocupação em diminuir as despesas correntes do governo como proporção do PIB, dentro do objetivo de manter a solidez macroeconômica, com a manutenção da meta de 4,25% do PIB de superávit primário, e, ao mesmo tempo, reduzir a pobreza e as desigualdades.
"Nós vamos ter, enfim, um plano que queremos há muito tempo, sem gerar a inflação e sem ameaçar as nossas contas externas", diz.

CIRANDA
Demian Fiocca pode continuar no governo no segundo mandato. Talvez não no BNDES. Há chances de Guido Mantega chamá-lo para o lugar de Bernard Appy.

PROTESTOS
Em novembro, foram apresentados 227.038 títulos contra 224.596 em outubro, segundo pesquisa do Instituto de Protesto de Títulos de SP.

ORIENTE MÉDIO
O Centro de Estudos em Finanças da FGV-Eaesp, coordenado pelos professores William Eid Júnior e Ricardo Ratner Rochman, assinou memorando de entendimento com a Coast Investment and Development Co. do Kuait, para fornecer a metodologia de análise de fundos criada por eles para o mercado do Oriente Médio. O objetivo é promover a indústria de fundos educando o público investidor.

CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

Horacio Lafer Piva, que preside o Instituto DNA Brasil, acaba de realizar, com a Petrobras, seu primeiro evento com programa de neutralização de carbono. A instituição, que desde 2004 realiza fóruns interdisciplinares sobre o futuro do país, calculou todos os gases emitidos para que cada um dos cem participantes chegassem à cidade de Amparo. Na conta, entraram emissões feitas por todos os meios de transportes utilizados, de acordo com a distância percorrida. Com o total calculado, o instituto e a Petrobras escolheram um projeto ambiental para repor os gastos, a substituição do combustível de um forno de cerâmica, no Tocantins, que usava madeira nativa, por palha de arroz. "Os agentes econômicos, cidadãos e empresas precisam sair do discurso e tomar iniciativas em defesa do meio ambiente", diz Piva.

QUARTO DE HOTEL

A Casa Cor vai ampliar seu espaço com um novo formato. Em março de 2007, o evento de decoração vai inaugurar o Casa Hotel, em que 40 profissionais irão decorar suítes em dois andares do WTC Hotel, em São Paulo. "O desafio aqui será inovar, sem alterar a estrutura arquitetônica dos quartos", afirma Roberto Dimbério, diretor da Casa Cor. Os arquitetos e decoradores não poderão mudar portas e paredes de lugar. A limitação faz parte do objetivo do evento, de conservar os ambientes até o fim de 2007, depois de terminada a mostra. Os visitantes, então, poderão se hospedar nas suítes de que mais gostarem pelo mesmo preço das demais de igual padrão.

NA BALANÇA
O setor atacadista de produtos químicos mostrou queda nas vendas em dólares no mês de novembro em relação a outubro, e alta, na comparação com o ano anterior. Segundo Rubens Medrano, presidente da Associquim (associação do setor) e do Sincoquim (sindicato), 90% das empresas consideraram 2006 um ano bom ou regular. "Até o fechamento deste ano devemos atingir um índice de crescimento de vendas 10% maior que 2005", diz.

TELEFONE SEM FIO
A Telefônica e o Banco do Brasil acabam de assinar contrato de parceria comercial para lançar um serviço no primeiro semestre de 2007. O objetivo é atender os clientes da operadora no Estado de São Paulo, independentemente de seu vínculo com o BB, com o suporte financeiro do cartão de crédito do banco. A parceria é resultado de um processo de concorrência iniciado pela Telefônica, por meio de edital, em que concorreram nove instituições financeiras.

TRADIÇÃO
A Yoki resgatou no Natal a tradição das festas juninas. Ela vai expor, nos pontos-de-venda, produtos ilustrados com xilogravuras do artista pernambucano José Francisco Borges.


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