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Para OAB, novo modo de atuação da Receita é inconstitucional
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FOZ DO IGUAÇU
A introdução do sistema de
Aduana 100% tem provocado
reações na sociedade de Foz do
Iguaçu (PR). Na última semana, a subseção da OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil) da cidade, a Acif (associação comercial e industrial local) e políticos locais ingressaram com
ações no Ministério Público
Federal pedindo que a fiscalização da Receita Federal seja
declarada inconstitucional.
O presidente da OAB em Foz
do Iguaçu, Waldemar Feiertag
Júnior, questiona a legalidade
da exigência do pagamento de
imposto de importação sobre a
bagagem acompanhada e diz
existir evidências de desrespeito aos direitos humanos nas
operações da Receita.
"A violação aos direitos humanos é flagrante quando a Receita deixa turistas e compradores em filas intermináveis,
com a percepção de que todos,
indistintamente, sejam contrabandistas", diz Feiertag Júnior.
O vereador Gilmar Martins
(PT), eleito com votos de grande parcela dos sacoleiros de
Foz do Iguaçu, acusou, em denúncia feita ao Ministério Público Federal no mês passado, o
delegado da Receita Federal
José Carlos Araújo de desrespeitar a Constituição e de "falta
de preparo ao tomar decisão temerária na fiscalização".
O vereador petista critica
também o tratamento diferenciado em relação à fronteira
com Ciudad del Este, no Paraguai, e à com Puerto Iguazú, na
Argentina, onde o sistema não
foi implantado.
O deputado estadual reeleito
Dobrandino da Silva (PMDB)
assinou ação popular contra a
União e contra Araújo, na Justiça Federal.
Na argumentação do processo, apontou uma "orquestração
internacional, com apoio da
Receita Federal, para quebrar
os municípios de Foz do Iguaçu
e Ciudad del Este".
O delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu, José Carlos Araújo, se defende. "Todos
os que criticam nosso trabalho
começam com o discurso de
que não são contra a fiscalização. O fato é que contrabando e
descaminho são crimes e cabe à
Receita combater esses crimes."
(JM)
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