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Eletrônicos demitem 2.000 em Manaus
Adequação à demanda do mercado de TVs, além da migração de empresas para o Sudeste, levam empresas a cortar pessoal
Segundo dados do IBGE, a produção das indústrias do Amazonas apresenta queda de 2,6% no acumulado deste ano até outubro
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Fabricantes de celulares e de
televisores demitiram centenas de trabalhadores nos últimos dias em Manaus (AM). Na
tentativa de reverter o processo, continuam as negociações
com o sindicato dos metalúrgicos. Segundo apurou a Folha,
2.000 pessoas devem ser atingidas -entre os já demitidos e
outros que devem ser dispensados na próxima semana.
Entre as razões para os cortes está a mudança do sistema
da Vivo, que alterou a tecnologia de CDMA para GSM. A mudança promovida pela Vivo está em andamento e afetou fornecedores da empresa. Mas o
grande motivo, no caso dos eletrônicos, foi a redução na produção de televisores por conta
de esfriamento na demanda.
A guerra fiscal entre os Estados -que levou à migração de
companhias ao Sudeste- também seria outro fator, segundo
as indústrias do Norte do país.
De acordo com o Sindicato
dos Metalúrgicos de Manaus,
as empresas que promoveram
cortes nos últimos dias foram:
Evadin Indústrias da Amazônia, Jabil do Brasil, Panasonic
da Amazônia, Philips da Amazônia e Molex Brasil.
No caso da Evadin, na semana passada foram dispensadas
500 pessoas. A empresa fabrica
celulares próprios da marca Aiko e registrou queda nas vendas, segundo o sindicato.
Já a Jabil do Brasil, filial da
norte-americana Jabil Circuit,
deve dispensar 300 pessoas na
próxima semana, segundo comunicado do grupo enviado
aos sindicalistas. "Esse número
deve chegar a 600 pessoas",
afirma Waldemir Santana, presidente do sindicato de Manaus, filiado à CUT.
A companhia, que fabrica
placas eletrônicas para celulares e produtos eletrônicos em
geral, informou à central que
registrou retração no volume
de encomendas no ano. Evadin
e Jabil foram procuradas pela
Folha na sexta, mas até o início
da noite não responderam.
Dados do IBGE mostram redução na produção das indústrias do Amazonas, em taxas
mais elevadas que a média
-em 11 Estados do país foi verificada expansão no ritmo de
produção e, em só três, há queda. No Amazonas, a redução é
de 2,6% neste ano até outubro.
Na avaliação dos empresários em Manaus, representados
pelo Cieam, o centro das indústrias local, a guerra fiscal tem
atrapalhado os planos de expansão na produção e nos investimentos. Empresas paulistas conseguem usar incentivos
da Lei de Informática que acabaram transformando São Paulo em local mais competitivo.
A Nokia é a única empresa de
grande porte na área de telefonia celular que permanece com
a sua indústria na Zona Franca.
Parte delas transferiu as unidades fabris para a região Sudeste.
Segundo o sindicato de Manaus, há outras empresas demitindo. A Panasonic dispensou 250 pessoas desde o mês
passado, diz Santana. A empresa nega queda de demanda e
produção, assim como cortes.
Na Philips, a redução no quadro de pessoal deve atingir 300
pessoas, basicamente na linha
de produção de televisores.
Em nota à Folha, a companhia confirma a decisão de
ajustar o quadro de funcionários, "em função de um novo
patamar de produção, decorrente da redução nas vendas".
A empresa não informa o número de demitidos.
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