São Paulo, domingo, 17 de dezembro de 2006

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Cinco derivados do aço ainda têm barreiras nos EUA

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

O setor siderúrgico espera que os Estados Unidos derrubem outras barreiras à importação de aço brasileiro, a exemplo do que fizeram em relação às chapas grossas, largamente empregadas na indústria automobilística.
Os produtos estavam sujeitos a um sobrepreço de cerca de 50%, suspenso quinta-feira por decisão da Comissão Internacional de Comércio Exterior.
A decisão foi tomada a pedido da indústria automobilística e desagradou aos fabricantes de aço norte-americanos. As montadoras alegaram que a impossibilidade de importar chapas grossas as levou a gastar US$ 3 bilhões a mais desde 2004, em razão dos altos preços do aço produzido no país.
Com o fim da barreira, os produtos brasileiros e de outros dez países -Alemanha, Bélgica, Espanha, Finlândia, México, Polônia, Reino Unido, Romênia, Suécia e Taiwan- poderão ser importados livremente e passarão a concorrer com o aço fabricado dentro dos Estados Unidos.
As barreiras à importação de chapas grossas foram impostas em 1993 e derrubaram as vendas brasileiras do produto para o mercado norte-americano.
O vice-presidente-executivo do IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), Marco Polo de Mello Lopes, diz que os EUA compraram 61 mil toneladas de chapas grossas do Brasil em 1991. O volume será de 6.400 toneladas em 2006, pouco mais de 10% do antigo patamar.

Outras barreiras
Segundo o IBS, outros cinco produtos siderúrgicos brasileiros continuam a enfrentar barreiras para entrar nos Estados Unidos, entre os quais laminados planos a quente e barras de aço inoxidável. "Esperamos que as barreiras em relação a eles também sejam derrubadas", afirma Mello Lopes.
O executivo observa que as chapas grossas eram exportadas aos EUA passaram a ser vendida a outros países com a imposição das barreiras. Agora, diz, é "difícil" saber se as vendas voltarão ao antigo patamar.
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações de aço do Brasil, com participação de 23,75% do total nos primeiros dez meses de 2006. Nesse período, as vendas externas do setor siderúrgico atingiram 10,3 milhões de toneladas, no valor de US$ 5,5 bilhões, de acordo com o IBS. A entidade informa que as únicas usinas exportadoras de chapas grossas são Usiminas e Cosipa.
Os Estados Unidos impuseram sobretaxas à importação de aço depois da crise vivida pelo setor siderúrgico local nos anos 1990 e 2000, quando 40% dos fabricantes faliram.


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