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Cinco derivados do aço ainda têm barreiras nos EUA
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O setor siderúrgico espera
que os Estados Unidos derrubem outras barreiras à importação de aço brasileiro, a exemplo do que fizeram em relação
às chapas grossas, largamente
empregadas na indústria automobilística.
Os produtos estavam sujeitos
a um sobrepreço de cerca de
50%, suspenso quinta-feira por
decisão da Comissão Internacional de Comércio Exterior.
A decisão foi tomada a pedido da indústria automobilística
e desagradou aos fabricantes de
aço norte-americanos. As montadoras alegaram que a impossibilidade de importar chapas
grossas as levou a gastar US$ 3
bilhões a mais desde 2004, em
razão dos altos preços do aço
produzido no país.
Com o fim da barreira, os
produtos brasileiros e de outros dez países -Alemanha,
Bélgica, Espanha, Finlândia,
México, Polônia, Reino Unido,
Romênia, Suécia e Taiwan-
poderão ser importados livremente e passarão a concorrer
com o aço fabricado dentro dos
Estados Unidos.
As barreiras à importação de
chapas grossas foram impostas
em 1993 e derrubaram as vendas brasileiras do produto para
o mercado norte-americano.
O vice-presidente-executivo
do IBS (Instituto Brasileiro de
Siderurgia), Marco Polo de Mello Lopes, diz que os EUA compraram 61 mil toneladas de
chapas grossas do Brasil em
1991. O volume será de 6.400
toneladas em 2006, pouco mais
de 10% do antigo patamar.
Outras barreiras
Segundo o IBS, outros cinco
produtos siderúrgicos brasileiros continuam a enfrentar barreiras para entrar nos Estados
Unidos, entre os quais laminados planos a quente e barras de
aço inoxidável. "Esperamos
que as barreiras em relação a
eles também sejam derrubadas", afirma Mello Lopes.
O executivo observa que as
chapas grossas eram exportadas aos EUA passaram a ser
vendida a outros países com a
imposição das barreiras. Agora,
diz, é "difícil" saber se as vendas
voltarão ao antigo patamar.
Os Estados Unidos são o
principal destino das exportações de aço do Brasil, com participação de 23,75% do total
nos primeiros dez meses de
2006. Nesse período, as vendas
externas do setor siderúrgico
atingiram 10,3 milhões de toneladas, no valor de US$ 5,5 bilhões, de acordo com o IBS. A
entidade informa que as únicas
usinas exportadoras de chapas
grossas são Usiminas e Cosipa.
Os Estados Unidos impuseram sobretaxas à importação
de aço depois da crise vivida pelo setor siderúrgico local nos
anos 1990 e 2000, quando 40%
dos fabricantes faliram.
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