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Fed anima mercados e faz Bovespa subir 4,4%
Em Nova York, alta também superou 4%; juro menor eleva a atratividade das ações
Papéis de bancos e empresas do setor de commodities se destacaram no pregão; saída de investidores estrangeiros da Bolsa de SP reduz ritmo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do banco central
norte-americano surpreendeu
o mercado financeiro, que reagiu de forma positiva à redução
da taxa de juros. Na esteira dos
ganhos vivenciados pelo mercado acionário dos Estados
Unidos, a Bovespa encerrou
com valorização de 4,37%.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones, que agrupa as ações norte-americanas mais negociadas, subiu 4,20%. A Bolsa eletrônica Nasdaq se apreciou em
5,41% ontem.
Mesmo com a recuperação, o
Ibovespa não conseguiu superar os 40 mil pontos -fechou a
39.993 pontos. No mês, a alta
do índice está em 9,28%. No
ano, a baixa é de 37,4%.
Com os juros reais negativos
nos EUA, que desceram agora
para cerca de -3,3% anuais, o
apetite dos investidores internacionais por risco tende a ir se
elevando aos poucos. Em outras palavras, com a dificuldade
em lucrar com ativos mais seguros (como os títulos do Tesouro dos EUA), os investidores podem começar a voltar
suas atenções para ativos de
maior risco, como o representado pelas Bolsas de Valores.
No mercado brasileiro, a Bovespa ainda sofre com a saída
de capital externo. Mas o saldo
negativo das operações da categoria já tem diminuído nos últimos dias. O balanço mensal das
compras e vendas feitas pelos
estrangeiros na Bovespa, que
estava negativo em R$ 2,15 bilhões no dia 8, diminuiu para
R$ 482,29 milhões no dia 12.
Ações das companhias nacionais ligadas ao desempenho das
commodities, que estão entre
as mais apreciadas pelos estrangeiros, terminaram ontem
com altas elevadas. Um dos
destaques foi Petrobras PN,
que ganhou 3,93%.
A ação PNA da Vale subiu
4,89%, e a ON da CSN, 5,71%.
Os papéis dos bancos também se apreciaram: Itaú PN subiu 6,42%; Bradesco PN,
6,36%; e BB ON, 5,03%.
"A decisão do Fed [banco
central americano] confirma
que os EUA estão em uma guerra para evitar uma recessão
prolongada. O que entendem
ser necessário para estimular a
economia tem sido feito", afirma Alexandre Maia, economista-chefe da Gap Asset Management. "O Fed tem tomado as
medidas mais não-convencionais para estimular os mercados financeiro e de crédito e
impulsionar a economia", diz.
A expectativa do mercado era
a de que a taxa básica definida
pelo Fomc (o comitê de política
monetária do BC americano)
fosse reduzida de 1% para 0,5%
-a taxa desceu para uma banda
de 0% a 0,25%.
Com os juros em níveis baixíssimos, espera-se que o consumo ganhe fôlego na maior
economia do mundo. Em meio
ao preocupante desaquecimento econômico, o governo dos
EUA informou ontem que o
CPI (índice de preços ao consumidor) sofreu queda de 1,7%
em novembro. Outro indicador
que aponta o esfriamento da
economia é o da construção de
residências novas nos EUA,
que caiu 18,9% no mês passado.
A Europa já havia encerrado
suas operações quando a decisão do Fomc foi conhecida. Assim, as Bolsas da região tendem
a abrir hoje em terreno positivo, em reflexo da boa recepção
do anúncio. Ontem a Bolsa de
Frankfurt se apreciou em
1,61%; Londres subiu 0,74%.
Dólar
O mercado de câmbio, mesmo tendo fechado antes da decisão do BC norte-americano,
teve um dia de menor pressão.
O dólar encerrou as operações
com depreciação de 0,71%, vendido a R$ 2,372.
Durante a manhã, a moeda
americana chegou a ser negociada em níveis mais elevados.
Na máxima, bateu em R$
2,404, o que levou o Banco
Central a realizar um leilão para vender dólares ao mercado.
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