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análise
Resultado é ameaça real à paz de Lula
GUSTAVO PATU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A única vez em que o governo Lula teve de lidar
com queda de receita foi
em 2003, em circunstâncias muito diferentes das
atuais -a queda se dava
em relação a uma arrecadação atípica do último
ano FHC, e o Orçamento a
cumprir havia sido elaborado pelos tucanos.
Naquele ano, os servidores públicos, cujos sindicatos estão entre as principais bases políticas do PT,
ganharam reajuste salarial
linear de 1% e uma reforma contra seus direitos
previdenciários. O então
ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, conciliava o partido e os mercados com controle de carga
tributária e de gastos.
De lá para cá, caíram as
promessas de austeridade
e o próprio Palocci. Os superávits exigidos pelos investidores e os gastos essenciais para a governabilidade puderam ser conciliados graças a um espetacular aumento da arrecadação que, nos últimos
três anos, nem sequer exigiu alta nos impostos.
Ainda que não possa ser
tomado como tendência
definida, o resultado da arrecadação de novembro é,
até aqui, a ameaça mais
palpável à paz de Lula.
Para fechar as contas do
Orçamento de 2009, ainda
se conta com uma arrecadação de impostos crescendo 4% acima da inflação esperada. Em novembro, a alta da receita, em
relação a 2007, ficou abaixo da variação dos preços.
Com ou sem crescimento do PIB, os gastos com
pessoal subirão 10% acima
da inflação no próximo
ano. Os ajustes possíveis
são nos superávits fiscais,
que selam a aliança com o
mercado, ou nos investimentos, mote para 2010.
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