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5 cidades concentram 25% do PIB
Peso de São Paulo e Rio cai à medida que a economia avança para o interior
Indústria aparece como o setor mais concentrado da economia nacional; minério de ferro e petróleo aceleram enriquecimento no interior
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Apesar de apenas cinco capitais brasileiras concentrarem
um quarto do PIB do país, a
produção de bens e serviços começa a avançar rumo ao interior e aos demais municípios
das áreas metropolitanas, puxada especialmente pelos setores de petróleo e serviços.
Tal tendência foi captada pelos dados do PIB dos Municípios de 2002 a 2006, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2006, continuaram como os maiores PIBs do
país as cidades de São Paulo
(11,94%), Rio de Janeiro
(5,4%), Brasília (3,8%), Belo
Horizonte (1,4%) e Curitiba
(1,4%). Na ponta oposta, 1.359
municípios respondiam por
apenas 1% do PIB.
Mas no intervalo de 2002 a
2006 tanto Rio quanto São
Paulo tiveram uma queda de
0,8 ponto percentual em relação à sua participação no PIB.
Ganharam espaço os municípios de Campos dos Goytacazes
(RJ, com mais 0,4 ponto), Barueri (SP, 0,3 ponto), Duque de
Caxias (RJ, 0,2 ponto), Betim
(MG, 0,2 ponto) e Vitória (ES,
mais 0,2 ponto).
Segundo Sheila Zani, coordenadora da pesquisa, a economia
dessas cidades se beneficiou do
maior dinamismo da produção
de petróleo (em Campos), dos
serviços (Barueri), do refino
(Caxias e Betim), da indústria
automotiva (também em Betim) e do beneficiamento do
minério de ferro (Vitória).
No caso do Rio, diz, houve
uma perda relativa, pois a extração de petróleo puxou o PIB
das cidades do norte fluminense, que cresceram num ritmo
mais acentuado do que o da capital. Já em São Paulo, atividades importantes como serviços
financeiros e de informação
migraram para cidades próximas como Barueri, afirma ela.
Considerando apenas o PIB
industrial, São Paulo perdeu
ainda mais: 1,6 ponto percentual de participação de 2002 a
2006. Manteve-se, porém, disparada na liderança, com peso
de 9,3% em 2006.
Na esteira do petróleo, Campos avançou e desde 2005 se
tornou a segunda cidade mais
industrial do país -com peso
de 3,3%. Em seguida vêm Manaus e Betim. De 2002 a 2006,
o preço do petróleo saltou
166% e embalou o PIB dos municípios produtores. Já a produção cresceu 24% no período.
Já o bom resultado geral de
Brasília está ligado à presença
do Estado. A administração pública tem peso de 49% no PIB
da capital federal, maior participação dentre todas as capitais. Por causa dos bancos e dos
órgãos públicos, o setor de serviços corresponde a mais de
90% da economia da cidade.
Pelos dados do IBGE, a indústria é o setor mais concentrado da economia: 2.526 cidades repartiam apenas 1% do
PIB da atividade fabril em
2006. Nos serviços, eram 1.362
cidades nessa faixa, embora
apenas Rio e São Paulo abocanhassem 25% do PIB do setor.
De longe, a agropecuária tem
a distribuição mais equilibrada:
186 cidades concentravam 25%
do PIB, segundo o IBGE.
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