São Paulo, quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

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5 cidades concentram 25% do PIB

Peso de São Paulo e Rio cai à medida que a economia avança para o interior

Indústria aparece como o setor mais concentrado da economia nacional; minério de ferro e petróleo aceleram enriquecimento no interior


PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Apesar de apenas cinco capitais brasileiras concentrarem um quarto do PIB do país, a produção de bens e serviços começa a avançar rumo ao interior e aos demais municípios das áreas metropolitanas, puxada especialmente pelos setores de petróleo e serviços.
Tal tendência foi captada pelos dados do PIB dos Municípios de 2002 a 2006, divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2006, continuaram como os maiores PIBs do país as cidades de São Paulo (11,94%), Rio de Janeiro (5,4%), Brasília (3,8%), Belo Horizonte (1,4%) e Curitiba (1,4%). Na ponta oposta, 1.359 municípios respondiam por apenas 1% do PIB.
Mas no intervalo de 2002 a 2006 tanto Rio quanto São Paulo tiveram uma queda de 0,8 ponto percentual em relação à sua participação no PIB.
Ganharam espaço os municípios de Campos dos Goytacazes (RJ, com mais 0,4 ponto), Barueri (SP, 0,3 ponto), Duque de Caxias (RJ, 0,2 ponto), Betim (MG, 0,2 ponto) e Vitória (ES, mais 0,2 ponto).
Segundo Sheila Zani, coordenadora da pesquisa, a economia dessas cidades se beneficiou do maior dinamismo da produção de petróleo (em Campos), dos serviços (Barueri), do refino (Caxias e Betim), da indústria automotiva (também em Betim) e do beneficiamento do minério de ferro (Vitória).
No caso do Rio, diz, houve uma perda relativa, pois a extração de petróleo puxou o PIB das cidades do norte fluminense, que cresceram num ritmo mais acentuado do que o da capital. Já em São Paulo, atividades importantes como serviços financeiros e de informação migraram para cidades próximas como Barueri, afirma ela.
Considerando apenas o PIB industrial, São Paulo perdeu ainda mais: 1,6 ponto percentual de participação de 2002 a 2006. Manteve-se, porém, disparada na liderança, com peso de 9,3% em 2006.
Na esteira do petróleo, Campos avançou e desde 2005 se tornou a segunda cidade mais industrial do país -com peso de 3,3%. Em seguida vêm Manaus e Betim. De 2002 a 2006, o preço do petróleo saltou 166% e embalou o PIB dos municípios produtores. Já a produção cresceu 24% no período.
Já o bom resultado geral de Brasília está ligado à presença do Estado. A administração pública tem peso de 49% no PIB da capital federal, maior participação dentre todas as capitais. Por causa dos bancos e dos órgãos públicos, o setor de serviços corresponde a mais de 90% da economia da cidade.
Pelos dados do IBGE, a indústria é o setor mais concentrado da economia: 2.526 cidades repartiam apenas 1% do PIB da atividade fabril em 2006. Nos serviços, eram 1.362 cidades nessa faixa, embora apenas Rio e São Paulo abocanhassem 25% do PIB do setor.
De longe, a agropecuária tem a distribuição mais equilibrada: 186 cidades concentravam 25% do PIB, segundo o IBGE.


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