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Leilão de celular deve excluir atuais empresas
Hélio Costa (Comunicações) afirma que o governo quer aumentar a competição a fim de elevar a qualidade do serviço
Chamada "banda H" deverá ser vendida no próximo ano; no Senado, Costa diz que preço da telefonia celular
é muito alto no Brasil
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo quer as atuais operadoras de celular fora da disputa pela nova faixa de frequência que deverá ser licitada
para a telefonia móvel.
A faixa -chamada de "banda
H"- deverá ser vendida no ano
que vem, na melhor das hipóteses no final de abril.
Segundo a Folha apurou, a
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) deverá
aprovar a minuta do edital hoje. Do texto que irá a consulta
pública constará a restrição para as atuais operadoras.
A regra não deverá enfrentar
resistências dentro do órgão
regulador porque já consta em
regulamentos do setor.
O ministro Hélio Costa (Comunicações) disse que as
atuais empresas não poderão
entrar na disputa para que novas operadoras entrem no mercado, aumentando a competição e, dessa forma, melhorando
a qualidade do serviço.
"Na disputa de mercado, você tem mais investimentos e
melhora a qualidade. Quando
nós colocamos no mercado
uma nova faixa de frequência
para telefonia celular, novas
empresas vão surgir para melhorar o serviço", disse Costa.
"Isso vai provocar a competição; é isso que o governo quer."
As faixas de frequência são
propriedade da União, que define o uso e a outorga às empresas, as quais operam o serviço.
Em dezembro de 2007, no
último leilão desse tipo, o governo arrecadou R$ 5,33 bilhões na venda de faixas de frequências para que as atuais
operadoras ofertassem serviços de 3G (terceira geração, entre eles TV no celular e acesso
em alta velocidade à internet).
Na próxima licitação ("banda
H"), será leiloada a faixa de 10
MHz (megahertz). Se essa faixa
ficar para novas empresas, as
atuais operadoras terão que
procurar uma alternativa para
aumentar sua capacidade de
transmissão de dados.
Para Costa, essa alternativa
poderá ser a faixa de 2,5 GHz
(gigahertz). No entanto, o uso
dessa faixa é objeto de disputa.
As empresas que fornecem TV
por assinatura por meio de micro-ondas (MMDS) querem
usá-la para ofertar acesso à internet em banda larga por meio
da tecnologia WiMax.
A Folha procurou a Acel (Associação Nacional das Operadoras de Celulares), que não
quis comentar.
Preços
Em audiência na Comissão
de Ciência e Tecnologia do Senado, Costa fez críticas aos preços cobrados pelas atuais operadoras de telefonia celular.
"Inevitavelmente vamos ter
que trabalhar a redução do custo do minuto. Ainda se paga no
Brasil muito mais do que se paga na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia, por exemplo",
disse.
Segundo o ministro, na Índia,
o minuto de telefone celular
custa cerca de US$ 0,02, o que
equivale a aproximadamente
R$ 0,03. No Brasil, ainda de
acordo com o ministro, o preço
do minuto é R$ 0,40.
Costa disse que o governo deverá voltar a discutir o plano
nacional de banda larga a partir
da segunda semana de janeiro.
Ele defendeu que as empresas
privadas participem do plano.
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