FERNANDO GODINHO
da Sucursal de Brasília

A Telebrás e suas 27 empresas subsidiárias estão abocanhando importantes fatias do mercado de telefonia às vésperas de serem oferecidas à iniciativa privada, o que deve acontecer neste semestre.
Consequentemente, o Sistema Telebrás vem se valorizando nas Bolsas de Valores e se tornando um ativo cada vez mais desejado pela iniciativa privada nacional e estrangeira.
No disputado mercado da telefonia celular, cuja venda de concessões está suspensa por diversos mandados judiciais, o crescimento do sistema atingiu 52,68% entre 1996 e novembro do ano passado. Na telefonia fixa, onde a privatização ainda não começou, esse crescimento foi de 12,02% (no mesmo período).
Durante o governo Fernando Henrique Cardoso, iniciado em 1994, os investimentos do Sistema Telebrás já somam R$ 17,3 bilhões.
Os R$ 6,6 bilhões investidos até novembro do ano passado representam um aumento de 68,39% em relação ao montante investido no primeiro ano do governo FHC.
Esses números foram contabilizados pela Folha a partir dos balanços da Telebrás e de suas 27 empresas subsidiárias (as chamadas teles estaduais, além de duas empresas regionais).
O lucro líquido do sistema também apresenta uma performance favorável para a União: saiu de R$ 810 milhões em dezembro de 1995 e chegou a R$ 3,4 bilhões em novembro do ano passado (um salto de 319,75%).
Entre dezembro de 1996 e novembro do ano passado, o lucro cresceu 23,51%.
Levantamento feito pelo Banco Bozano, Simonsen aponta que o aumento dos investimentos da Telebrás e de sua participação no mercado repercute positivamente na cotação das suas ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.
Tomando como base o primeiro dia útil de cada ano, esse valor cresceu de US$ 9,3 bilhões em 1994 para US$ 37,3 bilhões em 1998. Ou seja, aumentou 301,07%. Considerando o início do governo FHC, o crescimento foi de 233,03%.
O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, espera que a União obtenha entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões com a venda de sua participação acionária no Sistema Telebrás. Todo o patrimônio do sistema é calculado pelo ministro em cerca de US$ 100 bilhões.
Enxugamento
A direção da Telebrás afirma que a redução do número de funcionários apressou o avanço da empresa e de suas subsidiárias sobre o mercado de telefonia fixa e móvel.
De acordo com dados obtidos pela Folha, o número de funcionários do Sistema Telebrás caiu de 95.596, em 1994, para 87.732, em novembro de 1997 -um corte de 4,99%.
A produtividade das empresas também pode ser medida pela relação entre números de aparelhos instalados e de funcionários.
No caso da telefonia fixa, essa relação era de 116 aparelhos por funcionário em 1994. Em novembro de 1997, essa relação foi contabilizada em 178 aparelhos fixos por funcionário.



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