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Para analistas,
medidas são
ultrapassadas
DA SUCURSAL DO RIO
Economistas consultados pela
Folha apresentaram uma visão
bastante crítica às sugestões para
a condução da política econômica
contidas no livro "Agenda Brasil",
escrito por um grupo de 13 economistas tidos como desenvolvimentistas.
O ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco disse que a
proposta de abolir a taxa de juro
como instrumento de controle da
inflação "não tem cabimento".
"É assim no mundo todo", afirmou. Para ele, quebrar contratos
de serviços públicos "é incompatível com a democracia".
Sobre o câmbio, ele disse que
sempre "há algum tipo de controle". Citou o exemplo da recomposição de reservas decidida pelo
Banco Central.
Responsável pelo câmbio administrado de 1995 a 1999 no governo Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002), Franco afirmou que
o controle de capitais na saída dos
recursos (depósito por um ano),
como propõem os autores do livro, "é um absurdo".
"É o mesmo que passar a perna
nos investidores. É uma violação
implícita de contratos."
Saudosismo
O diretor do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV
(Fundação Getúlio Vargas), Antônio Carlos Pôrto Gonçalves,
considera as sugestões "ultrapassadas". "São coisas que se usavam
nos anos 50, superadas em qualquer lugar do mundo." Como
exemplo, citou o controle de preços e salários. "É um material produzido por um grupo de economistas heterodoxos, com um
olhar saudosista", disse.
Na avaliação de Franco, a situação atual da economia no Brasil
permite que o país prescinda do
FMI. Isso não quer dizer, porém,
que tenha de mudar a atual política econômica. "O Brasil tem de fazer o mesmo que está fazendo,
mas sem o FMI. Assim, mostrará
que faz sem a pressão de ninguém. Com isso, reduzirá ainda
mais o risco-país", afirmou.
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