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Tesouro quer emissão em reais em prazo maior
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A dívida pública interna e externa do governo federal terminará o ano entre R$ 1,37 trilhão
e R$ 1,45 trilhão, aumento de
até R$ 213 bilhões em relação a
dezembro de 2006.
O PAF (Plano Anual de Financiamento) anunciado ontem pelo secretário do Tesouro
Nacional, Tarcísio Godoy, prevê também um aumento no
prazo das emissões em reais no
mercado internacional para 20
anos em 2007.
"A novidade neste ano é o título em real de mais longo prazo. No mercado interno, seguimos a estratégia de aumentar o
prazo da dívida pública e elevar
a participação dos títulos prefixados", explicou Godoy.
O prazo de 20 anos foi citado
pelo secretário num ato falho
que ele tentou corrigir dizendo
que o governo poderá colocar
papéis de 15 anos, o que já faz
hoje, ou de 25 anos e 30 anos.
De acordo com as metas fixadas pelo governo, a participação dos títulos com taxa de juros definidas no momento da
venda (prefixados) deverá aumentar de 31,9% para algo entre 33% e 39% da dívida total.
Já os papéis corrigidos pela inflação vão variar de 20% a 24%
da dívida pública.
O governo não fixou uma meta muito ambiciosa para a retirada dos títulos com juros variáveis do mercado. Em dezembro eles correspondiam a
33,4% do total da dívida e o objetivo para este ano é que varie
de 32% a 26% da dívida.
A expectativa de redução da
taxa de juro (Selic) explica a decisão por essas metas. É que, se
o governo insistir em colocar títulos prefixados, vai acabar pagando juros elevados, pois a taxa tende a cair. Se optar pelos
pós-fixados, que acompanham
a flutuação dos juros no mercado, aumenta o risco de um choque na economia elevar em
muito as despesas da dívida.
"Na medida em que há menor volatilidade na dívida, que a
taxa de juros cai e que a inflação
fica mais baixa, a progressão
[de títulos prefixados] será
mais lenta do que antes. Esses
percentuais são os que representam a melhor opção em termos de custo, prazo e composição da dívida para o Tesouro",
explicou Godoy.
O economista Sérgio Valle,
da MB Associados, acredita que
o Tesouro conseguirá superar
as metas fixadas. Para ele, no
ano passado o governo foi conservador nas metas do PAF e
acabou o ano com um resultado
melhor que o previsto.
"Só há possibilidade de avançar mais rapidamente na venda
de títulos prefixados se a situação econômica for muito mais
positiva do que o projetado. Caso contrário, o custo não vale a
pena", explica Valle.
A mudança no perfil da dívida federal, que tem reduzido os
títulos indexados à taxa de juros e que cortou a participação
dos papéis corrigidos pelo câmbio, também diminuiu o risco
de explosão da dívida em proporção do PIB (Produto Interno Bruto).
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