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MERCADOS FUTUROS
BM&F bate recorde em 2006 e movimenta R$ 10,6 trilhões
MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM
Mais de 284 milhões de
contratos futuros foram negociados no Brasil em 2006,
volume 42% superior ao de
2005. O volume financeiro
dos negócios que passaram
pela BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) chegou a
R$ 10,62 trilhões.
Os dados foram divulgados
ontem pela BM&F. A maior
parte dos negócios é de contratos financeiros, que movimentaram R$ 10,61 trilhões,
enquanto os contratos agropecuários giraram R$ 12 bilhões no ano passado.
Os futuros são contratos
de compra e venda de mercadorias ou índices financeiros. Investidores, empresas e
especuladores os usam para
se proteger de oscilações dos
preços dos ativos -reais ou
financeiros- ou simplesmente para tentar ganhar dinheiro acertando qual será a
oscilação do preço de um
produto ou índice no futuro.
O número de contratos financeiros -papéis de compra e venda de juros futuros e
câmbio- aumentou 42% no
ano passado. O de contratos
de mercadorias -como café
e soja- subiu 24%.
A BM&F é a quinta maior
Bolsa de mercadorias e futuros do mundo, posição muito
boa quando se considera o
tamanho da economia brasileira, diz Manoel Felix Cintra Neto, presidente da Bolsa. Posição boa, mas que não
deixa a Bolsa brasileira em
situação tranqüila.
Em todo o mundo, as Bolsas se reestruturam, fundem
e abrem capital. O presidente
da BM&F diz que o maior desafio da instituição neste ano
é sua internacionalização. O
primeiro passo é transformar a Bolsa em uma sociedade anônima -o jargão financeiro para o processo é "desmutualização". Hoje, a
BM&F é uma associação sem
fins lucrativos, criada pelos
corretores que lá negociam.
A Bolsa também procura
mais mercados. Hoje, as cotações de metais como alumínio, chumbo, cobre, níquel, estanho, prata e zinco
são definidos em Chicago.
Até meados deste ano, diz a
BM&F, o mercado brasileiro
deverá ter contratos futuros
para estes metais.
Alvaro Augusto Vidigal,
conselheiro da Bolsa, lembra
que a produção de metais
não-ferrosos representa
4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. "O Brasil tem um número de consumidores crescente [para estes metais]", diz ele.
Vidigal arrisca que a Bolsa
pode atrair para o Brasil entre 20% a 30% do comércio
de não-ferrosos e servir como plataforma de negócios
futuros na América Latina.
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