São Paulo, quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

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MERCADOS FUTUROS

BM&F bate recorde em 2006 e movimenta R$ 10,6 trilhões

MARCELO BILLI
DA REPORTAGEM

Mais de 284 milhões de contratos futuros foram negociados no Brasil em 2006, volume 42% superior ao de 2005. O volume financeiro dos negócios que passaram pela BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) chegou a R$ 10,62 trilhões.
Os dados foram divulgados ontem pela BM&F. A maior parte dos negócios é de contratos financeiros, que movimentaram R$ 10,61 trilhões, enquanto os contratos agropecuários giraram R$ 12 bilhões no ano passado.
Os futuros são contratos de compra e venda de mercadorias ou índices financeiros. Investidores, empresas e especuladores os usam para se proteger de oscilações dos preços dos ativos -reais ou financeiros- ou simplesmente para tentar ganhar dinheiro acertando qual será a oscilação do preço de um produto ou índice no futuro.
O número de contratos financeiros -papéis de compra e venda de juros futuros e câmbio- aumentou 42% no ano passado. O de contratos de mercadorias -como café e soja- subiu 24%.
A BM&F é a quinta maior Bolsa de mercadorias e futuros do mundo, posição muito boa quando se considera o tamanho da economia brasileira, diz Manoel Felix Cintra Neto, presidente da Bolsa. Posição boa, mas que não deixa a Bolsa brasileira em situação tranqüila.
Em todo o mundo, as Bolsas se reestruturam, fundem e abrem capital. O presidente da BM&F diz que o maior desafio da instituição neste ano é sua internacionalização. O primeiro passo é transformar a Bolsa em uma sociedade anônima -o jargão financeiro para o processo é "desmutualização". Hoje, a BM&F é uma associação sem fins lucrativos, criada pelos corretores que lá negociam.
A Bolsa também procura mais mercados. Hoje, as cotações de metais como alumínio, chumbo, cobre, níquel, estanho, prata e zinco são definidos em Chicago. Até meados deste ano, diz a BM&F, o mercado brasileiro deverá ter contratos futuros para estes metais.
Alvaro Augusto Vidigal, conselheiro da Bolsa, lembra que a produção de metais não-ferrosos representa 4,5% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. "O Brasil tem um número de consumidores crescente [para estes metais]", diz ele.
Vidigal arrisca que a Bolsa pode atrair para o Brasil entre 20% a 30% do comércio de não-ferrosos e servir como plataforma de negócios futuros na América Latina.


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