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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Empresas têm dificuldade em ajudar Haiti
Para evitar doações em dinheiro ao governo do Haiti,
empresas que decidiram mandar ajuda às vítimas do terremoto enviam funcionários,
equipamentos e alteram processos de fabricação para encaminhar produtos ao país.
Maior construtora que opera
na República Dominica, a Odebrecht só ontem conseguiu colocar em operação as dez máquinas que enviou ao Haiti com
dez operadores. A meta é tirar
escombros e corpos. Há pouca
esperança de achar sobreviventes tanto tempo depois.
"Estamos com dificuldade de
logística e distribuição para fazer chegar as doações. Só se
consegue com apoio do Exército", diz Marcos Machado, diretor da Odebrecht na República
Dominicana. A empresa não
tem obras no Haiti. "Tem muita empresa daqui tentando ajudar, mas só a partir da noite de
sábado começou a fluir. Teve
confusão na fronteira, mas agora está começando a controlar."
A Odebrecht comprou todas
as barracas de acampamento
que havia no mercado dominicano, segundo Machado.
A OAS, que atua na construção de uma rodovia no país,
conseguiu colocar engenheiros
e equipamentos à disposição do
Exército brasileiro no Haiti na
semana passada, mas sofreu
com a escassez de combustível.
Outra que contribuiu com
funcionários foi a Telefônica.
Dez profissionais embarcaram
sábado em aviões da FAB. Começaram o mapeamento para
ajudar a instalar o sistema
emergencial e restabelecer o
sistema de telecomunicações.
Só podem trabalhar com acompanhamento do Exército, pois
os canais subterrâneos estão
destruídos. A empresa disponibilizou quatro aparelhos que
funcionam em localidades remotas e vai se reunir hoje com
as duas operadoras locais.
O presidente da Telefônica,
Antonio Carlos Valente, ainda
não sabe quanto será investido,
pois a empresa só poderá fazer
o cálculo depois que mapear o
tamanho do estrago.
A AmBev doou 140 mil litros
de água potável. Esta foi a primeira vez que a fábrica da empresa na República Dominicana engarrafou o equivalente a
dez carretas de água. A Pepsi
também mandou 140 mil litros.
A população começou a receber
os produtos no sábado.
Cartão BNDES passa a financiar também design
O cartão BNDES, que financia a compra de itens como máquinas, equipamentos
e matérias-primas a micro,
pequenas e médias empresas, vai passar a financiar
também serviços de design.
"Verificamos que as empresas que investem em design no Brasil são, na maioria, grandes e médias. A ideia
é permitir que micro e pequenas também possam
agregar valor a seus produtos
com design", afirma Vitor
Hugo Ribeiro, gerente de fomento do cartão do banco.
Com o cartão do BNDES, o
empresário não recebe dinheiro, e sim um limite de
crédito que pode ser usado
para a aquisição de 200 mil
itens disponíveis no portal
de internet do banco.
A partir deste mês, empresas e empresários individuais prestadores de serviços de design podem se credenciar no site para vender
seus serviços. Para se habilitar, devem ter pelo menos
dois anos de constituição, registro junto à Receita Federal e um site próprio na internet que apresente clientes. Qualquer empresa que
tenha o cartão do BNDES
pode contratar os serviços
disponíveis.
"Há diversos setores que
podem se beneficiar e ganhar
competitividade, principalmente perante os importados. Fabricantes de móveis,
empresas de confecção, calçados e outros podem agora,
por meio do cartão, contratar uma empresa de design
para elaborar seus produtos
e embalagens, incluindo ergonomia", diz Ribeiro.
O cartão BNDES oferece
limite de até R$ 1 milhão por
banco emissor, com prazo de
3 a 48 meses e juros de 1% ao
mês, em janeiro.
PARA CARIOCA VER
A Companhia Caminho Aéreo Pão de Açúcar, empresa privada que administra há 97 anos os bondinhos do
Pão de Açúcar, cartão-postal do Rio, irá finalizar até o
início de fevereiro um novo espaço multiuso, com gastronomia e lojas. O projeto fica no Morro da Urca -o
primeiro estágio de subida do bondinho. O objetivo é
incentivar a visitação dos próprios cariocas. "Queremos
atrair os cariocas para a happy hour, para aproveitarem
o final do dia", diz Maria Ercilia Leite de Castro, 55, diretora da companhia, desde 1993. Segundo Castro, mais
de 50% dos cariocas não conhecem os principais pontos
turísticos da cidade. Já os paulistas representam 28%
do público de visitantes nacionais do Pão de Açúcar
anualmente, seguidos por mineiros e gaúchos. O investimento do novo empreendimento, chamado de Espaço
Baía de Guanabara, somou R$ 4,6 milhões.
ENERGIA
José Antônio Muniz (Eletrobrás), Maurício Tolmasquim
(EPE), Nelson Hubner, diretor-geral da Aneel, e os ex-ministros Rodolpho Tourinho e
Eliezer Batista confirmaram
presença no primeiro Fórum
de Novas Energias, que discutirá soluções para diversificação
da matriz energética brasileira,
em São Paulo, em fevereiro.
PROTESTOS
Em dezembro, foram protestados 58.889 títulos, segundo pesquisa do Instituto
de Protesto de Títulos da Seção São Paulo com os dez tabeliães da capital. O número
representa uma redução de
10% em relação a novembro.
Dos títulos protestados,
17,9% foram cheques.
PANO
O segmento de cama, mesa e banho vendeu 2,8% a
mais na primeira quinzena
de janeiro, ante igual período de 2009, segundo pesquisa do Sindicato do Comércio
Atacadista de Tecidos de São
Paulo. Em relação a dezembro, houve redução de 20%,
devido à sazonalidade.
FEMININO
Sônia Hess de Souza, presidente da camisaria Dudalina, será a nova comandante
do Lidem (Grupo de Líderes
Empresariais). Substituirá
Sylvia Coutinho, do HSBC,
que está de malas prontas
para Nova York, onde assume novo posto no HSBC.
Nadir Moreno, presidente
da UPS, será vice-presidente
da entidade.
GÔNDOLA
O Grupo Pão de Açúcar faturou 18% mais que o Carrefour no Brasil no quarto trimestre de 2009. Foram R$
8,4 bilhões contra R$ 7,1 bilhões. A alta das vendas brutas totais do Carrefour foi de
13%, ante crescimento de
41% do Pão de Açúcar. Desconsiderando a operação do
Ponto Frio, a alta do Pão de
Açúcar teria sido de 14%.
INTERNAUTA
Desde que a Arisp (Associação dos Registradores
Imobiliários de São Paulo)
passou a disponibilizar em
seu site um sistema para visualizar matrículas de imóveis on-line, há cerca de dois
meses, mais de 800 acessos
foram registrados pela entidade. A visualização pela internet tem custo 70% mais
baixo que o de uma certidão.
SEDE PRÓPRIA
Com a expansão do mercado de seguros, a demanda por
cursos da área está cada vez maior. Em 2009, a Escola
Nacional de Seguros (Funenseg) registrou alta de 7% no
número de inscrições para cursos de habilitação de corretores. Para este ano, espera crescer 11%. Para atender a
essa demanda, a escola está fechando a compra de um
prédio de dez andares na rua Augusta, a um quarteirão da
av. Paulista, para abrigar as turmas de graduação, pós-graduação, cursos técnicos e habilitação de corretores. O
imóvel tem capacidade para 1.300 alunos por turno.
com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK
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