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TRABALHO
Já a remuneração média real (descontada a inflação) do empregado no setor teve queda de 3,8% no ano passado
Salários pagos pela indústria recuam 4,3%
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O crescimento tímido, apenas
0,3%, da produção industrial brasileira em 2003 teve impacto negativo tanto no nível de emprego
quanto no total de salários pagos
pelo setor. Segundo dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), o total de salários pagos pela
indústria (massa salarial) recuou
4,3% no ano passado, já descontada a inflação, enquanto o número
de vagas encolheu 0,5%.
O salário médio real do trabalhador da indústria (massa salarial dividida pelo total de assalariados) recuou 3,8%. "Os resultados refletem a perda de dinamismo do emprego e dos salários na
indústria e não podem ser dissociados da perda de dinamismo na
produção", diz o economista André Macedo, analista da Coordenação de Indústria do IBGE.
De acordo com Macedo, se não
fosse o bom desempenho da
agroindústria voltada para as exportações, expresso nos números
do segmento de alimentos e bebidas, o resultado teria sido pior.
O segmento apresentou no ano
passado crescimento de 2,9% no
total de postos de trabalho e de
0,9% no total de salários pagos.
Foi o segundo ano consecutivo
de desempenho ruim detectado
pela pesquisa mensal de empregos e salários na indústria do
IBGE. Em 2002, quando a atividade industrial cresceu 2,5%, a massa salarial caiu 2,6% e o total de
empregos recuou 1%. A pesquisa,
no formato atual, começou a ser
feita em 2001.
Melhora
A pesquisa constatou que houve
reação positiva da folha de pagamento da indústria no último trimestre de 2003 sobre o mesmo
período de 2002, com queda de
apenas 0,1%. Em dezembro, os salários pagos cresceram 1,4% sobre
dezembro do ano anterior, embora tenham recuado 2,5% na comparação com novembro.
Já no emprego, o comportamento foi crescentemente negativo ao longo dos quatro trimestres
de 2003. A retração passou de
0,5% no primeiro para 0,6% no
segundo, 0,7% no terceiro e chegou a 1,3% no último trimestre.
São Paulo e Rio
O IBGE constatou que os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo
do emprego industrial no ano
passado, com quedas, respectivamente, de 0,9% e de 4%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, houve crescimento de 3,7%.
Entre os 18 ramos industriais
pesquisados, o de minerais não-metálicos apresentou recuo de
5,3% e o de vestuário, de 5,1%.
Já em relação à massa salarial, os
maiores impactos negativos foram dos ramos de papel e gráfica
(-12,9%) e de máquinas e aparelhos eletroeletrônicos (-10,7%).
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