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MERCADO FINANCEIRO
Analistas dizem que o mercado já precificou a manutenção da taxa de juros; crise política preocupa
Bolsa se recupera após 3 quedas seguidas
DA REPORTAGEM LOCAL
Na véspera de mais uma decisão do Copom (Comitê de Política Monetária), o mercado emitiu
sinais de que assimilou a perspectiva de manutenção dos juros.
Para a maioria dos analistas, exceto por um resultado inesperado
(corte na taxa Selic), o mais importante será a ata da reunião a
ser divulgada na próxima semana, que poderá indicar o comportamento do BC a partir de março.
Depois de três quedas consecutivas, a Bovespa fechou em alta de
1,07%, aos 22.426 pontos. A Bolsa
apresentou recuo de 0,81% pela
manhã, mas as oscilações durante
o dia estiveram associadas não ao
Copom, mas a declarações que
pudessem indicar algum desdobramento político sobre as denúncias de corrupção envolvendo
um ex-assessor do governo.
As exportadoras, assim como o
bom desempenho das Bolsas
americanas, ajudaram na recuperação da Bovespa: as maiores altas
foram para Usiminas (siderurgia,
6,3%), Aracruz (papel e celulose,
5,6%) e Souza Cruz (fumo) e Vale
(minério, ambas com 4,7%).
O fator político também influenciou o dólar. A moeda fechou em alta de 0,37%, a R$ 2,920.
É a terceira alta consecutiva do
dólar. A moeda chegou a recuar
0,24%, criando a expectativa de
que o BC pudesse retomar os leilões de compra. Mas os temores
sobre uma eventual instalação de
CPI (Comissão Parlamentar de
Inquérito) ampla no Congresso
levaram-na ao caminho inverso.
No final do dia, chegou às mesas
de operadores a informação de
que o Bradesco pretende captar
250 milhões. O movimento de
captações foi atenuado nas últimas semanas, em parte devido ao
aumento do risco-país, que encarece as operações. A retomada
das captações, aliada ao fluxo de
dólares gerado pelas exportações,
permitiria ao BC voltar a fazer leilões (para recompor reservas).
No mercado futuro, os contratos de DI com vencimento em janeiro de 2005 (os mais negociados na BM&F) tiveram oscilação
mínima (de 15,33%, anteontem,
para 15,32% ontem). Os DI com
vencimento em março mantiveram a taxa estável em 16,16%.
""Não há espaço para o BC se
movimentar [reduzir os juros].
Creio que o BC continua técnico.
A avaliação é que não haverá corte amanhã (hoje) e que teremos
uma ata menos agressiva, visando
a baixa a partir de março", diz
Marcelo Salomon, economista do
Unibanco.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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