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Exportações do Brasil para a UE caem 29%
Com recessão, bloco reduz importação de commodities em 2009 e afeta país; só China aumenta comércio com europeus
Zona do euro tem superavit de 22,3 bi em 2009,
puxado pela Alemanha;
União Europeia como um
todo tem deficit de 105,5 bi
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
A zona do euro fechou 2009
com superavit comercial de
22,3 bilhões, apesar da crise
econômica mundial, puxada
pelo bom desempenho da Alemanha. Mas na União Europeia como um todo o deficit
acumulado entre os 27 países
no comércio extrabloco foi de
105,5 bilhões no ano passado,
segundo estimativas preliminares do Eurostat, órgão estatístico do bloco.
Os dados detalhados de janeiro a novembro, também
apresentados ontem pelo órgão, mostram que o comércio
da União Europeia caiu com todos os parceiros -exceto as exportações para a China, primeiro país a sair da crise, que tiveram avanço de 2%. Com a queda nas importações de commodities, o Brasil foi um dos parceiros mais afetados.
Com a recessão no bloco, as
exportações brasileiras para a
UE foram reduzidas em 29%
nos primeiros 11 meses do ano,
menos somente do que as de
dois Estados petroleiros (as
russas recuaram 38%, e as norueguesas, 30%). Já as exportações para o Brasil caíram 21%
no período (atrás da Rússia,
39%, e da Turquia, 23%).
Países cuja pauta exportadora com a União Europeia se
concentra em produtos manufaturados -sejam alimentos,
químicos ou maquinário- foram menos abalados, caso da
China e da Suíça.
As importações de commodities para a UE foram as mais
impactadas no período, com
queda de 40% sobre os primeiros 11 meses de 2008. Energia
(leia-se petróleo e gás) também
sofreram, recuando 38%.
Em dezembro, somente, a
União Europeia registrou deficit de 2,5 bilhões com o resto
do mundo na comparação com
o mesmo mês do ano anterior,
quando o buraco era de 11,3
bilhões.
Houve melhora de performance, no entanto, em relação
a novembro, o que sinaliza que
a saída da crise econômica global pode estar ganhando algum
fôlego. Mais, porém, para os
parceiros do que para a União
Europeia: as exportações subiram 2%, e as importações,
0,5%, já levado em conta o
ajuste sazonal.
Para os 16 países que usam o
euro, a melhora foi mais aguda,
de 3,1% nas exportações e de
1,7% nas importações. Dezembro trouxe um superavit de
4,4 bilhões contra o deficit de
1,8 bilhão em 2009.
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A Alemanha, maior exportadora do bloco (e até ser recentemente superada pela China,
do mundo), outra vez puxou a
balança, registrando superavit
de 122,4 bilhões de janeiro a
novembro, seguida pela Holanda ( 35,4 bilhões).
É um sinal lido positivamente pelo mercado, que espera
agora para ver se o avanço das
exportações se sustenta a ponto de manter a indústria do
país produzindo e o PIB subindo, com ecos para todo o bloco.
Dados divulgados na semana
passada pelo Eurostat mostram que a Alemanha deixou
de crescer no último trimestre.
Já os maiores deficit foram
registrados pelo Reino Unido
( 85,7 bilhões), que começa a
reverter sua retração econômica puxado principalmente pelo
setor de serviços, pela França
( 49 bilhões) e a Espanha
( 45,5 bilhões).
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