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TAXAS
Média do cheque especial é a maior desde março de 2000; já a do empréstimo pessoal é a maior desde abril de 1999
Juros bancários batem recorde, diz Procon
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Os juros cobrados pelos bancos
no cheque especial atingiram o
maior nível desde março de 2000.
Nos empréstimos pessoais, a taxa
média de juros também bateu recorde: é a maior desde abril de 99.
Pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP entre os dias 6 e 7
deste mês com 13 instituições financeiras mostra que a taxa média mensal para o cheque especial
subiu de 9,13% em fevereiro para
9,44% neste mês. A maior taxa verificada anteriormente foi de
9,54%, em março de 2000. No
ano, o juro do cheque especial
passa a equivaler a 195,17%.
Para os empréstimos pessoais, a
taxa média também manteve a
tendência de alta e subiu de 5,98%
ao mês em fevereiro para 6,1% em
março -a maior marca desde
abril de 99, quando a taxa chegou
a 6,25% ao mês. A taxa equivalente no ano é de 103,51%.
"Essa alta nas taxas cobradas no
cheque especial e no empréstimo
pessoal já reflete o aumento do juro básico da economia determinado em fevereiro pelo Copom
[Comitê de Política Monetária].
Metade dos bancos pesquisados
alterou as taxas de juros", disse
Cristina Rafael, técnica de estudos
e pesquisas do Procon.
No mês passado, o Copom decidiu elevar a taxa Selic (juros básicos) em um ponto percentual
-passou de 25,5% para 26,5% ao
ano- e aumentar a taxa de depósito compulsório, de 45% para
60%, sobre os depósitos à vista. O
recolhimento compulsório é o dinheiro que os bancos são obrigados a depositar no Banco Central.
Se o volume aumenta, os bancos
ficam com menos capital em caixa para emprestar e o dinheiro
passa a custar mais.
De acordo com o Procon, além
do aumento dos juros básicos, as
incertezas provocadas no cenário
externo, com o iminente conflito
entre EUA e Iraque, e o risco de a
inadimplência aumentar também
contribuíram para a elevação das
taxas de juros cobradas pelos bancos.
Cuidados
A recomendação dos técnicos
do Procon é que o consumidor
pesquise, antes de comprar qualquer produto, as formas de parcelamento oferecidas e opte por
aquelas que facilitam o pagamento parcelado sem juros.
No caso de financiamentos, a
orientação é comparar as taxas
cobradas pelos crediários de estabelecimentos comerciais com as
taxas de empréstimo pessoal oferecidas pelas instituições financeiras. "Se o consumidor precisa
saldar dívidas do cheque especial,
é aconselhável fazer o empréstimo pessoal, porque as taxas cobradas são menores", disse a técnica do Procon.
No cheque especial, a maior taxa cobrada é a do BCN, que subiu
para 10,4% contra 9,8% em fevereiro. A menor taxa é a da Nossa
Caixa, que passou de 7,95% para
8,85% no mesmo período. No
empréstimo pessoal, a maior taxa
mensal é a do banco Itaú (6,95%)
e a menor, da Nossa Caixa
(3,95%).
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