São Paulo, domingo, 18 de março de 2007

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Minas Gerais assume segundo lugar na cana

DA REDAÇÃO

A redução de área para cana-de-açúcar em São Paulo e a valorização das terras farão o setor buscar novas fronteiras. E Minas Gerais será o caminho preferido, conforme avaliação da Unica (União da Indústrias de Cana-de-Açúcar).
O Estado, que atualmente produz 29 milhões de toneladas de cana, deverá atingir 80 milhões nos próximos cinco anos e será responsável por 11% da safra nacional.
A produção de cana também avança para Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná, que deverão colher cerca de 60 milhões de toneladas cada e terão participações individuais de 8% no total a ser produzido na safra 2012/13.
Os quatro Estados (MG, MS, GO e PR), que hoje produzem 89 milhões de toneladas de cana, vão atingir 253 milhões em 2012/13. Ou seja, vão acrescentar 164 milhões de toneladas em relação à produção atual.
Mesmo sendo líder nacional em produção de cana-de-açúcar, São Paulo deverá acumular outro 1,7 milhão de hectares do produto nos próximos cinco anos, somando área total de 5,4 milhões de hectares.
Hoje, o Estado é responsável por 62% da produção de cana do país, percentual que recuará para 53% daqui a cinco anos.
Nos cálculos da Unica, o Brasil tem atualmente 6,3 milhões de hectares plantados com cana-de-açúcar, mas em cinco anos a área deverá atingir 10,3 milhões, com produção prevista de 728 milhões de toneladas.
Antônio Pádua Rodrigues, diretor técnico da entidade, diz que dessa matéria-prima sairão 38 milhões de toneladas de açúcar e 38 bilhões de litros de álcool. Para atingir esses números, o setor deve investir US$ 17 bilhões e acrescentar 76 novas usinas às 325 já existentes.

Elevação de custos
Esse avanço da cana inflaciona os custos de produção também nas novas regiões. É o caso de Goiás, grande produtor de soja e que começa a receber investimentos no setor sucroalcooleiro.
A cana não vai tomar toda a área da soja, mas onde as duas conviverem os custos dos produtores de soja certamente vão ser maiores.
Ambos os setores se utilizam muito de terra arrendada, e a cana leva vantagem. A demanda por álcool está aquecida, o que garante renda ao setor e fôlego maior para remunerar os arrendamentos.
Mas, se as usinas inflacionam os custos de outros setores, também são vítimas dessa mudança de cenário. Há dois anos, pagavam de 10 a 15 toneladas de cana por hectare quando arrendavam terras na região de Araçatuba (São Paulo). Hoje, não encontram mais terra para arrendar com valores inferiores a 20 toneladas.
Em Mato Grosso do Sul, Estado que também começa a receber investimentos no setor, o arrendamento já se dá na faixa de 30 a 35 toneladas por alqueire. (MZ)


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