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BID perdoa US$ 4,4 bi de dívida de países pobres
Decisão beneficiará Bolívia, Honduras, Nicarágua, Haiti e Guiana
Iniciativa, anunciada no encontro anual do BID, faz parte de meta de reduzir pobreza na América Latina pela metade até 2015
DA ASSOCIATED PRESS,
NA CIDADE DA GUATEMALA
O BID (Banco Internamericano de Desenvolvimento)
anunciou que vai perdoar
US$ 4,4 bilhões (cerca de R$ 9,2
bilhões) que lhe são devidos
por cinco dos países mais pobres da América Latina e do Caribe. O anúncio ocorreu em
meio à realização de seu encontro anual, que começou na sexta-feira e vai até terça, dia 20,
na Cidade da Guatemala.
O banco perdoou as dívidas
externas de Bolívia, Honduras,
Nicarágua, Haiti e Guiana. O
BID é justamente o maior credor dos cinco países.
"Essa é uma oportunidade
histórica que vai proporcionar
a esses países a oportunidade
de fazer um novo começo", afirmou o presidente do banco,
Luis Alberto Moreno.
Honduras obteve um perdão
de US$ 1,4 bilhão em dívidas, a
Bolívia, de US$ 1 bilhão, a Nicarágua, de US$ 984 milhões, e a
Guiana, de US$ 467 milhões. A
iniciativa é retroativa ao dia 1º
de janeiro de 2007.
O Haiti, que integra a iniciativa do FMI (Fundo Monetário
Internacional) para Países Pobres Fortemente Endividados,
vai poder se ver livre de US$ 20
milhões de sua dívida até 2009
e, depois disso, poderá obter o
perdão d dívida integral, que
chega a US$ 525 milhões.
Pelo acordo fechado, o BID
vai perdoar cerca de US$ 3,4 bilhões em pagamentos da parte
principal da dívida dos países e
US$ 1 bilhão em juros.
Moreno declarou que o acordo teve o apoio de "todos os
membros", algo interpretado
como uma tentativa de rejeitar
as sugestões de que a iniciativa
tivesse encontrado resistência
por parte de alguns dos países
latino-americanos, incluindo
Brasil, Argentina e México.
O presidente do banco afirmou ainda que o BID também
vai liberar recursos para Equador, El Salvador, Guatemala,
Paraguai e Suriname, de modo
que esses países possam disponibilizar verbas para educação,
saúde e outros serviços.
Ele acrescentou que a iniciativa de perdoar a dívida, que integra a meta do banco de reduzir a pobreza na América Latina pela metade até 2015, permitirá aos países beneficiários
"liberar recursos para investir
em educação de qualidade, saúde e outros serviços sociais de
que seus cidadãos necessitam
para superar a pobreza".
Políticas falidas
Também no início do encontro, organizações civis exortaram o BID a abandonar o que
elas qualificaram como "políticas falidas", tais como a privatização de empresas de água.
"Em boa parte da América
Latina, as redes de água e saneamento básico precisam desesperadamente de manutenção básica, reabilitação e ampliação", disse Wenonah Hauter, diretora da organização
Food & Water Watch (Vigilância de Alimentos e Água).
"Mas as empresas privadas
não têm se disposto a fornecer
os investimentos necessários
para a manutenção, a construção e ampliação das redes de
água, tendo, em lugar disso, imposto novas demandas financeiras sobre o setor", disse.
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