São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Ações de bancos recuam pelo mundo

Temor de crise sistêmica afugenta investidores, e papéis do Lehman Brothers têm o quarto maior declínio entre 500 empresas

Recuo nesta década do índice S&P 500 se aproxima do dos anos 1930 e 1970, os dois piores períodos para as Bolsas dos EUA em 80 anos

DA REDAÇÃO

O temor de que os problemas do Bear Stearns se espalhem para outras instituições fizeram com que as ações de bancos tivessem um dia de quedas expressivas, ajudando a derrubar os mercados pelo mundo. Os papéis do Lehman Brothers, que é visto como um dos bancos de investimento mais expostos à crise, atingiram o seu menor nível em seis anos.
Apesar das declarações do seu presidente-executivo, Dick Fuld, de que as medidas de anteontem do Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) "tiraram a questão da liquidez de sobre a mesa para toda a indústria [financeira]", as ações do Lehman Brothers tiveram a quarta maior queda (19,13%) entre os 500 papéis que compõem o índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, que caiu 0,90% ontem.
O S&P 500 caiu 19% desde que atingiu seu recorde, em 9 de outubro de 2007, e perdeu 13% de seu valor desde o início desta década. O declínio se assemelha às quedas registradas nas décadas de 1930 e 1970, os dois piores períodos para o mercado de ações norte-americano dos últimos 80 anos.
A maior desvalorização do S&P 500 foi a do Bear Stearns, que caiu 83,97% ontem, mas outros bancos também estiveram entre os que mais perderam. Os papéis do Washington Mutual retrocederam 12,75%, os do Morgan Stanley, 8,02%, e os do Merrill Lynch, 5,36%. As ações do Citigroup tiveram a segunda maior perda entre as 30 empresas do índice Dow Jones, também de Nova York, de 5,36% -só não foi pior que a da General Motors.
Na Europa, o setor também teve um dia de queda, com as ações do UBS caindo 13,9%, e as do Credit Suisse, 8,6% no mercado de Zurique. Na Bolsa de Londres, os papéis do Barclays retrocederam 9,4%.
Já os bancos brasileiros, registrando lucros recordes, não vêm tendo grandes oscilações em seu valor de mercado por estarem menos expostos à crise aguda no mercado imobiliário dos EUA, epicentro dos problemas atuais.


Com a Bloomberg

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