|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Turismo fatura 14,8% mais em 2007
Resultado representa menor taxa de expansão desde 2004; crescimento é puxado pelo mercado interno
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O faturamento das 92 maiores empresas do setor de turismo cresceu 14,8% em 2007 e
chegou a R$ 34,1 bilhões, de
acordo com dados da 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O resultado foi puxado pelo desempenho de locadoras de
automóveis, companhias aéreas e operadoras de receptivo.
Apesar do crescimento, trata-se da menor taxa de expansão desde 2004, quando a pesquisa começou a ser realizada.
Em 2006, o faturamento havia
registrado alta de 29,3%.
Segundo Luiz Gustavo Barbosa, coordenador do Núcleo
de Turismo da FGV, os resultados são favoráveis porque representam crescimento sobre
uma base alta de comparação.
A valorização do real também teve impacto sobre o desempenho do setor. Segundo a
pesquisa, a cotação da moeda
americana registrou queda de
16,7% no ano passado.
"Os setores que têm custos
em dólar melhoram seus resultados com a valorização do real.
Os setores que vendem em dólar, mas têm custos em reais,
como o de receptivo, que trabalha com a recepção ao turista
estrangeiro, sofrem mais", afirmou Barbosa. No ano passado,
o setor de receptivo teve uma
queda de 4,3% no total de postos de trabalho.
A influência pode ser medida
também no aumento do déficit
entre os gastos de estrangeiros
no país e o de brasileiros no exterior. No ano passado, esse déficit somou US$ 3,258 bilhões
contra US$ 1,448 bilhão em
2006, aumento de 125%. De
acordo com a pesquisa, a diferença pode ser atribuída ao fato
de que mais brasileiros aproveitam o dólar barato para viajar ao exterior.
"O brasileiro passa a competir por assentos nos aviões com
os estrangeiros", disse Barbosa.
Desembarques
No ano passado, o total de desembarques internacionais
cresceu 1,22% e chegou a 6,445
milhões de passageiros, segundo a Infraero. Os dados incluem também os brasileiros
que retornam do exterior.
Já os desembarques nacionais tiveram alta de 7,89% na
comparação com 2006 e somaram 50 milhões de passageiros.
Segundo a FGV, o aumento pode ser atribuído à elevação da
renda do brasileiro, ao crescimento da economia e ao aumento da competição entre as
companhias aéreas.
De modo geral, o setor de turismo registrou um aumento
de 23,5% no número de postos
de trabalho, com preços 2,2%
menores e custos 7% maiores.
Segundo a ministra do Turismo, Marta Suplicy, o crescimento da economia e o cenário
de estabilidade macroeconômica permitem que o brasileiro
possa planejar como passar as
férias. Ela estima que o setor
possa ganhar fôlego com o surgimento de uma nova classe
média, com a saída de 20 milhões de pessoas das classes D e
E para a classe C.
"O brasileiro viaja muito para
outro Estado, o de origem, para
ficar na casa da sogra ou da
mãe. Nossa pesquisa já mostra
que essas pessoas não querem
mais fazer esse tipo de viagem,
querem ir para hotel, para pousada, querem ir para onde nunca foram", disse.
Marta destacou que houve
um crescimento na procura por
pacotes para a terceira idade.
O programa "Viaja Mais
-Melhor Idade" alcançou
9.000 pacotes vendidos. A expectativa do governo para este
ano é de 50 mil.
Texto Anterior: Educação: Senai oferece 2.739 vagas gratuitas para curso técnico em SP Próximo Texto: País representa apenas 0,6% do total de viagens Índice
|