São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Turismo fatura 14,8% mais em 2007

Resultado representa menor taxa de expansão desde 2004; crescimento é puxado pelo mercado interno

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O faturamento das 92 maiores empresas do setor de turismo cresceu 14,8% em 2007 e chegou a R$ 34,1 bilhões, de acordo com dados da 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas). O resultado foi puxado pelo desempenho de locadoras de automóveis, companhias aéreas e operadoras de receptivo.
Apesar do crescimento, trata-se da menor taxa de expansão desde 2004, quando a pesquisa começou a ser realizada. Em 2006, o faturamento havia registrado alta de 29,3%.
Segundo Luiz Gustavo Barbosa, coordenador do Núcleo de Turismo da FGV, os resultados são favoráveis porque representam crescimento sobre uma base alta de comparação.
A valorização do real também teve impacto sobre o desempenho do setor. Segundo a pesquisa, a cotação da moeda americana registrou queda de 16,7% no ano passado.
"Os setores que têm custos em dólar melhoram seus resultados com a valorização do real. Os setores que vendem em dólar, mas têm custos em reais, como o de receptivo, que trabalha com a recepção ao turista estrangeiro, sofrem mais", afirmou Barbosa. No ano passado, o setor de receptivo teve uma queda de 4,3% no total de postos de trabalho.
A influência pode ser medida também no aumento do déficit entre os gastos de estrangeiros no país e o de brasileiros no exterior. No ano passado, esse déficit somou US$ 3,258 bilhões contra US$ 1,448 bilhão em 2006, aumento de 125%. De acordo com a pesquisa, a diferença pode ser atribuída ao fato de que mais brasileiros aproveitam o dólar barato para viajar ao exterior.
"O brasileiro passa a competir por assentos nos aviões com os estrangeiros", disse Barbosa.

Desembarques
No ano passado, o total de desembarques internacionais cresceu 1,22% e chegou a 6,445 milhões de passageiros, segundo a Infraero. Os dados incluem também os brasileiros que retornam do exterior.
Já os desembarques nacionais tiveram alta de 7,89% na comparação com 2006 e somaram 50 milhões de passageiros. Segundo a FGV, o aumento pode ser atribuído à elevação da renda do brasileiro, ao crescimento da economia e ao aumento da competição entre as companhias aéreas.
De modo geral, o setor de turismo registrou um aumento de 23,5% no número de postos de trabalho, com preços 2,2% menores e custos 7% maiores.
Segundo a ministra do Turismo, Marta Suplicy, o crescimento da economia e o cenário de estabilidade macroeconômica permitem que o brasileiro possa planejar como passar as férias. Ela estima que o setor possa ganhar fôlego com o surgimento de uma nova classe média, com a saída de 20 milhões de pessoas das classes D e E para a classe C.
"O brasileiro viaja muito para outro Estado, o de origem, para ficar na casa da sogra ou da mãe. Nossa pesquisa já mostra que essas pessoas não querem mais fazer esse tipo de viagem, querem ir para hotel, para pousada, querem ir para onde nunca foram", disse.
Marta destacou que houve um crescimento na procura por pacotes para a terceira idade.
O programa "Viaja Mais -Melhor Idade" alcançou 9.000 pacotes vendidos. A expectativa do governo para este ano é de 50 mil.


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