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Planalto deve propor ajuda a distribuidor de energia
Auxílio visa empresas que dão prejuízos à Eletrobrás
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal deverá enviar uma medida provisória ou
um projeto de lei ao Congresso
para dar ajuda financeira às
distribuidoras de energia federais que dão prejuízos seguidos
à Eletrobrás e atrapalham o desempenho da empresa. Na semana passada, o Congresso já
havia aprovado MP dando mais
poderes à estatal, agora sob o
comando do PMDB. Outra
idéia em estudo é a oferta de
ações da Eletrobrás em Bolsa
de Valores, no modelo de pulverização (como já foi feito com
Petrobras e Vale).
A Eletrobrás controla as distribuidoras Ceron (RO), Eletroacre (AC), Ceal (AL), Cepisa
(PI) e Ceam (AM). Além disso,
por meio da Eletronorte, controla também a Manaus Energia (AM) e a Boa Vista (RR).
Com exceção da Eletroacre,
todas registram prejuízo. Até
setembro do ano passado, Ceron, Ceal, Cepisa e Ceam, juntas, tiveram perdas de R$ 447,6
milhões. Em 2006, a Manaus
Energia e a Boa Vista, juntas,
deram prejuízo de R$ 260 milhões à Eletronorte.
A idéia do governo é usar
subsídios que existem atualmente -como a CCC (Conta
Consumo de Combustíveis) e a
CDE (Conta de Desenvolvimento Energético)- para equilibrar a contabilidade dessas
distribuidoras. A CCC e a CDE
estão embutidas nas tarifas que
são pagas pelos consumidores.
Neste ano, a arrecadação da
CCC deverá ser de R$ 3 bilhões,
e a da CDE, de 2,5 bilhões.
Hoje, a CCC é usada para custear o óleo combustível consumido pelas termelétricas do
sistema isolado (AM, RR, RO,
AC e AP), região que, do ponto
de vista elétrico, não está conectada ao resto do Brasil. À
medida que linhas de transmissão vão entrando em operação
e interligando esses Estados,
deixa de ser necessário usar a
energia termelétrica a óleo e o
custo da CCC tende a cair.
A proposta em estudo é manter esse custo com o consumidor, que deixaria de se beneficiar de uma possível redução do
encargo. Outra possibilidade é
usar a CDE, que atualmente
tem como principal função
bancar as novas ligações do
Programa Luz para Todos.
Existe ainda a possibilidade
de o processo de reestruturação significar a reunião de todas as distribuidoras em uma
única empresa. Depois, com a
situação das empresas mais
equilibrada, o governo poderia
tentar a participação minoritária de sócios privados.
Ontem, o ministro Edison
Lobão (Minas e Energia) não
descartou a chance de privatização, mas disse que essa não é
a alternativa mais provável.
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