São Paulo, terça-feira, 18 de março de 2008

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Setor aéreo prevê reajuste de 15% nas passagens

Empresas vêem custo maior, diz pesquisa da FGV

DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As companhias aéreas pretendem elevar os preços das passagens em 15,3% neste ano. É o que mostra a 4ª Pesquisa Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Segundo a pesquisa, caso consigam reajustar o valor dos bilhetes em 2008, este seria o primeiro aumento desde 2005, quando o segmento foi incluído na pesquisa. No ano passado, a FGV estima que tenha havido uma queda de 10,2% no preço.
"Há pressão de demanda por viagens de avião", afirmou José Francisco de Salles Lopes, diretor de estudos e pesquisas da Embratur. Neste ano, as companhias estimam que aumentarão em 17,5% o total de postos de trabalho e que obterão faturamento 33,6% maior.
Em compensação, os custos deverão subir 9%. Segundo a FGV, os resultados refletem as condições econômicas do país e do mercado, com previsão de crescimento do mercado doméstico e internacional, novas freqüências internacionais e expansão da frota.
Em 2007, o quadro de pessoal nas empresas registrou alta de 59,3% em relação a 2006 para compensar o aumento da frota. Com a alta do preço do petróleo no mercado internacional, os custos das companhias subiram 12,5%. "Outros fatores influentes são a folha de pagamentos e as despesas com manutenção e revisão das aeronaves, assim como as tarifas de pouso e decolagem e de auxílio à navegação", afirmou a FGV.

Infraero
A Infraero já negocia com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) o reajuste de tarifas cobradas das empresas de aviação que, se confirmado, deverão ter os custos repassados aos passageiros.
O aumento vai abranger as tarifas cobradas para pouso e permanência das aeronaves nos pátios dos aeroportos e deve inicialmente entrar em vigor no segundo semestre nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Galeão, Brasília e Recife.
A última correção ocorreu em 1997, quando houve aumento de 6,7%. "É preciso discutir isso porque as tarifas não podem ficar congeladas para sempre", afirmou o diretor financeiro da Infraero, Sebastião Martins, que ontem divulgou o balanço da empresa em 2007.
Ele não quis mencionar o percentual, alegando que o reajuste ainda está em negociação com a Anac, mas citou a inflação medida pelo INPC de 48,9% entre 2002 e 2007. A correção deverá encarecer as passagens aéreas e reforçar o cofre da Infraero. As taxas para pouso e permanência respondem por 8% da receita total, com previsão de gerarem R$ 210,7 milhões este ano.
O presidente do sindicato que representa as empresas aéreas, José Márcio Mollo, disse que a Infraero está partindo para a correção das tarifas sem que haja uma contrapartida de bons serviços de infra-estrutura aeroportuária.
Em 2007 as contas da Infraero fecharam no vermelho. O prejuízo foi de R$ 76,3 milhões, porém, menor que os R$ 135,8 milhões do ano anterior. O principal motivo da redução do prejuízo foi a diminuição do provisionamento para perdas de Transbrasil, Varig e Vasp. Em 2006, esse provisionamento foi de R$ 278 milhões, que caiu para R$ 171 milhões em 2007. Para este ano, essa reserva é de R$ 20 milhões.
Martins informou que neste ano a Infraero vai tentar investir R$ 1,7 bilhão. Isso, contudo, não vai ser fácil. Como o orçamento federal ainda nem foi sancionado, a companhia mantém paralisada a contratação de obras e serviços.
(JANAINA LAGE e LUCIANA OTONI)


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