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Setor aéreo prevê reajuste de 15% nas passagens
Empresas vêem custo maior, diz pesquisa da FGV
DA SUCURSAL DO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
As companhias aéreas pretendem elevar os preços das
passagens em 15,3% neste ano.
É o que mostra a 4ª Pesquisa
Anual de Conjuntura Econômica do Turismo, realizada pela FGV (Fundação Getulio Vargas). Segundo a pesquisa, caso
consigam reajustar o valor dos
bilhetes em 2008, este seria o
primeiro aumento desde 2005,
quando o segmento foi incluído
na pesquisa. No ano passado, a
FGV estima que tenha havido
uma queda de 10,2% no preço.
"Há pressão de demanda por
viagens de avião", afirmou José
Francisco de Salles Lopes, diretor de estudos e pesquisas da
Embratur. Neste ano, as companhias estimam que aumentarão em 17,5% o total de postos de trabalho e que obterão faturamento 33,6% maior.
Em compensação, os custos
deverão subir 9%. Segundo a
FGV, os resultados refletem as
condições econômicas do país e
do mercado, com previsão de
crescimento do mercado doméstico e internacional, novas
freqüências internacionais e
expansão da frota.
Em 2007, o quadro de pessoal nas empresas registrou alta de 59,3% em relação a 2006
para compensar o aumento da
frota. Com a alta do preço do
petróleo no mercado internacional, os custos das companhias subiram 12,5%. "Outros
fatores influentes são a folha de
pagamentos e as despesas com
manutenção e revisão das aeronaves, assim como as tarifas de
pouso e decolagem e de auxílio
à navegação", afirmou a FGV.
Infraero
A Infraero já negocia com a
Anac (Agência Nacional de
Aviação Civil) o reajuste de tarifas cobradas das empresas de
aviação que, se confirmado, deverão ter os custos repassados
aos passageiros.
O aumento vai abranger as
tarifas cobradas para pouso e
permanência das aeronaves
nos pátios dos aeroportos e deve inicialmente entrar em vigor
no segundo semestre nos aeroportos de Congonhas, Guarulhos, Galeão, Brasília e Recife.
A última correção ocorreu
em 1997, quando houve aumento de 6,7%. "É preciso discutir isso porque as tarifas não
podem ficar congeladas para
sempre", afirmou o diretor financeiro da Infraero, Sebastião
Martins, que ontem divulgou o
balanço da empresa em 2007.
Ele não quis mencionar o
percentual, alegando que o reajuste ainda está em negociação
com a Anac, mas citou a inflação medida pelo INPC de
48,9% entre 2002 e 2007. A
correção deverá encarecer as
passagens aéreas e reforçar o
cofre da Infraero. As taxas para
pouso e permanência respondem por 8% da receita total,
com previsão de gerarem R$
210,7 milhões este ano.
O presidente do sindicato
que representa as empresas aéreas, José Márcio Mollo, disse
que a Infraero está partindo para a correção das tarifas sem
que haja uma contrapartida de
bons serviços de infra-estrutura aeroportuária.
Em 2007 as contas da Infraero fecharam no vermelho. O
prejuízo foi de R$ 76,3 milhões,
porém, menor que os R$ 135,8
milhões do ano anterior. O
principal motivo da redução do
prejuízo foi a diminuição do
provisionamento para perdas
de Transbrasil, Varig e Vasp.
Em 2006, esse provisionamento foi de R$ 278 milhões, que
caiu para R$ 171 milhões em
2007. Para este ano, essa reserva é de R$ 20 milhões.
Martins informou que neste
ano a Infraero vai tentar investir R$ 1,7 bilhão. Isso, contudo,
não vai ser fácil. Como o orçamento federal ainda nem foi
sancionado, a companhia mantém paralisada a contratação
de obras e serviços.
(JANAINA LAGE e LUCIANA OTONI)
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