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Com a economia aquecida, todos os setores contratam
Saldo de novos empregos formais pelo Caged foi de 209,4 mil vagas em fevereiro
Foi o melhor resultado da história para o segundo mês do ano; pela primeira vez, todos os setores contrataram mais do que demitiram
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ritmo veloz de retomada da
atividade econômica no início
do ano fez com que o saldo de
novos empregos formais no
país chegasse em fevereiro a
209.425 vagas, o melhor resultado da história para o segundo
mês do ano. Pela primeira vez,
todos os setores da economia
contrataram mais do que demitiram, e indústria, comércio e
serviços também bateram o recorde para o período.
Com a necessidade de recompor os estoques a tempo de
acompanhar a expansão do
consumo interno e o início da
recuperação das exportações, a
indústria de transformação foi
responsável pela abertura de
63.024 novos postos de trabalho com carteira assinada.
Mesmo assim, os 290.170
empregos criados no setor desde abril de 2009 ainda estão
longe de superar as 501.390 vagas fechadas no auge da crise.
"A indústria vai ter o melhor
ano da história. Há uma recuperação em toda a cadeia produtiva e as vendas externas começaram a responder, principalmente nas indústrias têxtil e
calçadista", afirmou o ministro
Carlos Lupi (Trabalho).
Em fevereiro houve o segundo maior número de admissões
da série do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados), com 1,526 milhão de
vagas preenchidas. Já o número de demissões ficou em 1,316
milhão no mês.
Além da indústria, o setor de
serviços também registrou
bom desempenho, beneficiado
pelo Carnaval e pelas viagens
de férias. Somente o segmento
de alojamento e alimentação
teve saldo de 17.738 postos no
mês. Da mesma forma, o comércio absorveu 10.682 novos
trabalhadores no período.
A disseminação do aumento
do emprego na economia também ocorreu geograficamente.
Pela primeira vez, todas as regiões do país registraram alta
em um mês de fevereiro. Das 27
unidades da Federação, em 13
houve recorde de vagas.
Juro pode atrapalhar
Na avaliação de Anselmo
Luiz dos Santos, professor do
Centro de Estudos Sindicais e
de Economia do Trabalho da
Unicamp, o resultado de fevereiro já era esperado diante dos
últimos dados de produção industrial e das vendas no varejo.
"A economia está retomando o
dinamismo de 2008, de antes
da crise. A evolução do emprego é compatível com esse crescimento", considera.
Para ele, no entanto, o ritmo
de crescimento do emprego
tende a se acomodar a partir do
segundo trimestre, ainda que a
taxas elevadas de aumento.
Para Lupi, o desempenho
inédito no primeiro bimestre,
que acumulou a abertura de
390.844 postos de trabalho, deve ser a tendência no ano, cuja
meta chega a 2 milhões de novos empregos formais.
Segundo o ministro, um
eventual aumento nos juros
neste ano poderia prejudicar a
expansão do emprego no país.
"Não vejo risco nenhum de inflação. O único risco que vejo é
os juros subirem e atrapalharem o mercado produtivo."
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