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"Nordeste da Copa" ganharia com mudança
MARIANA BASTOS
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O Rio diz que o projeto
aprovado na Câmara para
mudar a distribuição dos royalties do petróleo pode inviabilizar a realização da Copa de 2014 na cidade.
Mas, para a maioria das
outras 11 sedes do Mundial,
especialmente as quatro localizadas no Nordeste, a nova regra, caso passe pelo Senado e seja sancionada pelo
presidente Lula, será a chance de conseguir dinheiro extra para as obras da Copa, especialmente estádios -das
12 arenas previstas para a
competição da Fifa, nove terão que ser pagas pelos cofres dos governos estaduais.
Isso porque, pelo projeto
da Câmara, o grosso dos royalties gerados pela exploração do petróleo, incluindo o
do bilionário pré-sal, seriam
distribuídos de acordo com a
participação de cada unidade
da Federação e cidade nos
fundos de participação de
Estados e municípios.
Tais mecanismos transferem recursos arrecadados
pelo governo federal e levam
em conta o tamanho da economia e da população de cada localidade -quanto mais
pobre e populoso, mais o Estado ou cidade recebe.
Assim, entre as sedes de
2014, as nordestinas serão as
mais beneficiadas.
Pelos números do Fundo
de Participação dos Estados
do ano passado, a Bahia teria
direito a 9,3% da verba dos
royalties destinada aos Estados pelas regras desejadas
pela Câmara, um recorde. O
Ceará ficaria em segundo
(7,3%), Pernambuco em
quarto (6,9%) e o Rio Grande
do Norte em décimo (4,2%).
Dessa forma, as sedes nordestinas teriam por ano, só
através dos governos estaduais, mais de R$ 5 bilhões
em dinheiro novo em seus
Orçamentos, o que é mais do
que o dobro previsto na
construção dos estádios dessas quatro cidades.
"O que eu posso dizer é
que, vindo mais recursos
[dos royalties] para o Ceará,
isso trará um ritmo maior de
execução às obras da Copa
no Estado", diz Ferruccio
Feitosa, secretário de Esportes do Ceará.
"No caso de Pernambuco,
nós não estávamos contando
com recursos do pré-sal para
tocar os projetos da Copa",
desdenha Ricardo Leitão, secretário da Casa Civil de Pernambuco e coordenador-geral do comitê de Recife, mas que vai precisar do BNDES
para financiar sua arena.
As prefeituras nordestinas
também seriam as maiores
beneficiadas. Fortaleza é a
cidade com o maior quinhão
no Fundo de Participação
dos Municípios, o que a deixaria com 1% do dinheiro repassado por royalties.
O presidente da CBF e do
Comitê Organizador Local
da Copa-14, Ricardo Teixeira, tomou anteontem a posição do Rio na disputa pelos
royalties. Segundo o cartola,
a cidade, por querer ser o palco da final e do centro de mídia, terá gastos elevados.
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