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TRÉGUA NO MERCADO
No último dia de negócios antes do feriado prolongado, moeda cai 1,87% e é vendida a apenas R$ 3,037
Acordo da reforma ajuda na queda do dólar
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O último dia de negócios antes
do feriado prolongado foi marcado pela euforia dos investidores.
O dólar despencou para seu menor nível desde agosto do ano
passado. A moeda norte-americana fechou com desvalorização de
1,87%, vendida a R$ 3,037. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou
com alta de 2,92%.
Os investidores internacionais e
domésticos ficaram entusiasmados com o consenso a que chegaram o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva e os governadores sobre
as reformas tributária e previdenciária. O risco-país, que serve de
medida do humor do investidor
estrangeiro em relação ao Brasil,
recuou 2,6%, para 872 pontos. A
procura pelos papéis da dívida
brasileira no mercado externo fez
o C-Bond (o mais negociado desses títulos) subir 0,36%, para US$
0,8581 do seu valor de face.
No câmbio, a entrada de dólares
no mercado, grande parte pelas
mãos de exportadores, fez a moeda norte-americana chegar a ser
vendida a apenas R$ 3,005 (baixa
de 2,91%) no início dos negócios.
Quando a moeda atingiu esse nível, compradores -especialmente tesourarias de bancos, segundo
operadores- aproveitaram o
preço, o que fez a baixa perder um
pouco a sua força. Neste mês, a
desvalorização do dólar diante do
real já é de 9,5%.
"A entrada mais forte de exportadores no mercado fez o dólar
encostar nos R$ 3,00. Mas quando
o dólar chega nesse nível é esperado que surja uma demanda
maior. Por isso, o dólar não fechou tão baixo", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de
câmbio do banco ING.
O grupo Santander Banespa se
somou ontem aos bancos que fecharam captações no mercado
externo recentemente. A instituição anunciou a captação de US$
50 milhões em eurobônus, com
prazo de 18 meses. Na quarta-feira, Banco do Brasil e Itaú BBA informaram que haviam captado
US$ 75 milhões e US$ 100 milhões, respectivamente. A expectativa de entrada desses recursos
deve manter a moeda nos atuais
níveis (ou mesmo mais baixos)
quando o mercado voltar a operar
na próxima terça-feira, avaliam
operadores de mesas de câmbio.
Para Miriam Tavares, diretora
de câmbio da corretora AGK, os
importadores devem entrar com
mais força no mercado nos próximos dias por não esperarem que o
preço do dólar ainda caia mais.
Analistas financeiros dizem não
acreditar que o governo deixe o
dólar ficar abaixo de R$ 3,00 por
muito tempo.
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