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São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2003

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TRÉGUA NO MERCADO

No último dia de negócios antes do feriado prolongado, moeda cai 1,87% e é vendida a apenas R$ 3,037

Acordo da reforma ajuda na queda do dólar

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O último dia de negócios antes do feriado prolongado foi marcado pela euforia dos investidores. O dólar despencou para seu menor nível desde agosto do ano passado. A moeda norte-americana fechou com desvalorização de 1,87%, vendida a R$ 3,037. A Bolsa de Valores de São Paulo fechou com alta de 2,92%.
Os investidores internacionais e domésticos ficaram entusiasmados com o consenso a que chegaram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os governadores sobre as reformas tributária e previdenciária. O risco-país, que serve de medida do humor do investidor estrangeiro em relação ao Brasil, recuou 2,6%, para 872 pontos. A procura pelos papéis da dívida brasileira no mercado externo fez o C-Bond (o mais negociado desses títulos) subir 0,36%, para US$ 0,8581 do seu valor de face.
No câmbio, a entrada de dólares no mercado, grande parte pelas mãos de exportadores, fez a moeda norte-americana chegar a ser vendida a apenas R$ 3,005 (baixa de 2,91%) no início dos negócios. Quando a moeda atingiu esse nível, compradores -especialmente tesourarias de bancos, segundo operadores- aproveitaram o preço, o que fez a baixa perder um pouco a sua força. Neste mês, a desvalorização do dólar diante do real já é de 9,5%.
"A entrada mais forte de exportadores no mercado fez o dólar encostar nos R$ 3,00. Mas quando o dólar chega nesse nível é esperado que surja uma demanda maior. Por isso, o dólar não fechou tão baixo", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
O grupo Santander Banespa se somou ontem aos bancos que fecharam captações no mercado externo recentemente. A instituição anunciou a captação de US$ 50 milhões em eurobônus, com prazo de 18 meses. Na quarta-feira, Banco do Brasil e Itaú BBA informaram que haviam captado US$ 75 milhões e US$ 100 milhões, respectivamente. A expectativa de entrada desses recursos deve manter a moeda nos atuais níveis (ou mesmo mais baixos) quando o mercado voltar a operar na próxima terça-feira, avaliam operadores de mesas de câmbio.
Para Miriam Tavares, diretora de câmbio da corretora AGK, os importadores devem entrar com mais força no mercado nos próximos dias por não esperarem que o preço do dólar ainda caia mais. Analistas financeiros dizem não acreditar que o governo deixe o dólar ficar abaixo de R$ 3,00 por muito tempo.


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