São Paulo, domingo, 18 de abril de 2010

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Foco

Formação de lago pode desalojar 20 mil pessoas

DO ENVIADO ESPECIAL A ALTAMIRA

A quinta geração da família Balão será uma das atingidas pela construção da usina hidrelétrica de Belo Monte. Benedito Balão, 73, nascido e criado na região do igarapé Gaiozo, terá de dar lugar às máquinas pesadas.
Pelo projeto da Eletronorte, a propriedade de Balão está exatamente na faixa onde ficará um dos dois canais de drenagem do rio, que exigirão, segundo especialistas, movimentação de terra e rocha equivalente à que foi necessária para a construção do canal do Panamá, na América Central.
Ali, mais de 20 mil pessoas poderão ser retiradas para dar lugar às construções e ao lago que será formado para empurrar as turbinas.
A agonia da família é antiga, mas a decisão do governo de levar adiante a construção do projeto tornou o futuro incerto. "Para onde eu vou? Rapaz, não queria sair daqui, não. Nasci e me criei num lugar como este aqui e agora sair para outro canto? Não tenho mais força de trabalhar. Começar do zero de novo não dá", diz.
Aposentado, Balão não teme só o fato de ter de sair da região onde seu avô criou raiz. Ele teme pela divisão da família. Ali, próximo dele, filhos e filhas, genros e noras, netos e netas são sua grande prole. Mais de 20 pessoas da grande família Balão vivem na área. (AB)


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