São Paulo, terça-feira, 18 de maio de 2004

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DIAS DE TENSÃO

Preço do barril no fechamento sobe 0,41% e atinge US$ 41,55

Petróleo tem novo recorde em NY

DA REDAÇÃO

O preço do barril do petróleo fechou ontem no maior valor de sua história em Nova York pelo quarto pregão consecutivo. Em um dia de volatilidade e impulsionado pela repercussão do atentado no Iraque, o preço do barril para entrega em junho era negociado no fechamento a US$ 41,55, alta de 0,41% ante sexta-feira.
"O assassinato [do então presidente do Conselho de Governo do Iraque, Izzedin Salim, em Bagdá] e uma nova explosão em um óleoduto perto de Kirkuk (norte do Iraque) não fazem mais do que ilustrar a continuidade das ameaças de sabotagem e de terrorismo", afirmou Marshall Steeves, analista da corretora Refco.
Em Londres, o barril do petróleo tipo brent teve ligeira alta, de 0,34%, e fechou cotado a US$ 37,91. Segundo analistas, esse mercado foi influenciado também pelos ataques a sedes de bancos britânicos na Turquia, horas antes da chegada do primeiro-ministro Tony Blair ao país.
Embora tenha registrado baixa durante o dia -chegou a baixar da marca de US$ 41-, o barril na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, em inglês) chegou a atingir, nos negócios realizados antes da abertura oficial do pregão, um novo patamar que seria recorde, de US$ 41,85.
A escalada até o valor recorde de fechamento ocorreu na última hora de negócios do pregão oficial. Na sexta-feira, o barril havia encerrado o dia a US$ 41,38.
Segundo analistas, a variação no pregão de ontem ocorreu porque parte do mercado entendeu que o preço do petróleo já estava elevado demais e decidiu realizar lucros. Mas as incertezas quanto à situação no Oriente Médio teriam sido mais fortes no fim do dia.
Para Mike Fitzpatrick, analista da Fimat, a correção de preços será mais do que necessária. Ele diz que, a menos que haja uma catástrofe, "será difícil fazer a alta durar. Não me surpreenderia ver o mercado recuar nesta semana".
Ontem o presidente da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), Purnomo Yusgiantoro, voltou a sinalizar que a entidade deve decidir nos próximos dias pela elevação da produção. Segundo ele, a Opep não "está feliz com os preços altos, que podem causar recessão".
Apesar dos sucessivos recordes nominais do barril em Nova York, as cotações, se ajustadas pela inflação, não se aproximam dos valores registrados na época da Revolução Islâmica no Irã, no fim dos anos 70. Com o ajuste, o preço do barril naqueles anos chegou a superar o patamar de US$ 70.


Com agências internacionais

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