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Embaixador espera a
retomada das compras
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O embaixador chinês em Brasília, Jian Yuande, afirmou ontem
que espera uma solução negociada para a suspensão das importações de soja que seu país impôs a
quatro empresas brasileiras:
Bianchini, Cargill Agrícola, Irmãos Trevisan e Noble Grains.
Na semana passada, a China comunicou ao governo brasileiro
que não permitiria mais a entrada
de soja exportada por essas empresas, pois dois carregamentos
chegaram aos portos do país com
sementes misturadas aos grãos.
Foi constatada a presença de
agroquímicos nas sementes de
soja que estavam misturadas aos
grãos. A venda de sementes, como grãos, também é proibida.
"Não acredito que isso vá prejudicar o comércio bilateral."
Yuande também cobrou dos
brasileiros mais agressividade nas
suas estratégias de vendas de produtos agrícolas. "Acho que o empresário brasileiro deveria ser
mais agressivo." Segundo Yuande, os chineses não conhecem
nem o café nem a carne do Brasil.
"Na China, conhecemos apenas
o bife australiano", afirmou. O café mais famoso, por sua vez, é o
colombiano. "É preciso coragem
e mais agressividade [dos empresários brasileiros]", disse.
Preocupado com o assunto, o
governo brasileiro tem programas para divulgar a marca "Brasil" no exterior.
Após a suspensão da importação da soja, o Ministério da Agricultura prometeu reforçar a fiscalização dos embarques que saem
do sul do Brasil para tentar acabar
com as restrições e evitar problemas em novas vendas.
Não é a primeira vez que os chineses reclamam da qualidade da
soja brasileira. No ano passado, a
embaixada da China em Brasília
comunicou ao Ministério da
Agricultura que não estava satisfeita com o produto que estava
chegando aos seus portos.
Na sexta-feira, o secretário de
Defesa Agropecuária, Maçao Tadano, afirmou que o seu ministério estaria disposto a cassar o registro de exportação das empresas brasileiras, como medida para
solucionar o problema.
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