São Paulo, sexta-feira, 18 de maio de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Mantega e Meirelles se reúnem com Febraban

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se reunirá hoje com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e com o presidente da Febraban, Fábio Barbosa, para discutir os "spreads" e as tarifas cobradas pelos bancos. A reunião é reservada e tem caráter preliminar. Não deve ser tomada nenhuma decisão no encontro.
Nas últimas semanas, Mantega tem reclamado muito dos "spreads" e das tarifas bancárias. Ele tem dito que os "spreads" têm caído a um ritmo muito mais lento do que a taxa de juros básica da economia, a Selic. Mantega acha que os bancos podem fazer mais. O "spread" bancário é a diferença entre o custo de captação dos bancos e o juro cobrado dos clientes.
A reunião de hoje já estava para ser marcada há pelo menos duas semanas, mas teve de ser adiada algumas vezes. O objetivo é discutir formas para fazer com que os bancos reduzam o "spread". Em março, o "spread" médio cobrado pelos bancos estava em 26,5 pontos percentuais.
Há uma expectativa de que o governo faça algumas concessões nessa negociação com os bancos para fazer com que o "spread" caia mais rapidamente. Entre elas, uma das alternativas seria a redução do recolhimento compulsório cobrado sobre os depósitos à vista e a prazo. As alíquotas do compulsório estão em 45% para os depósitos à vista e em 15% para os depósitos a prazo, sem remuneração. Há também outros 8% retidos, mas esses recursos são remunerados pela Selic.
Mantega tem dito que só irá pensar em mexer no compulsório depois de os bancos privados reduzirem os "spreads". Os bancos têm afirmado, no entanto, que, dependendo do tamanho da redução do compulsório, a medida teria pouco efeito sobre os "spreads".
O fato, no entanto, é que o governo tem outro motivo de preocupação para pressionar os bancos privados a baixarem os juros. Trata-se da sobrevalorização do real, e o governo acha que uma das razões que têm influenciado a queda do dólar é o juro alto.

RECORDE
O último leilão de arte contemporânea da Sotheby's superou as expectativas e gerou novos recordes. Entre eles está o preço atingido por uma tela de 1950 de Mark Rothko, o clímax do evento. Foi arrematada por US$ 72,8 milhões -eram estimados US$ 40 milhões. Calculado em US$ 30 milhões, o "Estudo do Papa Inocente 10", de Francis Bacon, chegou a US$ 52,6 milhões, outro recorde.

NOVA VITRINE
No ano em que completa 40 anos, a Rubinella entra de cabeça no varejo. A marca de moda feminina que até 2006 atuava apenas no atacado, abriu ontem sua segunda loja própria na região dos Jardins, em São Paulo, sete meses depois da primeira, no shopping Morumbi. "Somos e sempre fomos uma marca de alfaiataria, mas agora estamos dando uma nova roupagem à grife", diz o empresário Renato Rubin, que destaca detalhes modernos em peças clássicas. "A rubinella era conhecida pelas jovens senhoras. Agora, queremos fazer roupa para a mulher que não tem tempo de malhar." Segundo Rubin, o plano é chegar a 15 lojas em cinco anos.

AMEAÇA
A Philips já negocia com dois Estados vantagens fiscais para poder transferir sua fábrica da Zona Franca de Manaus. A empresa, que está há 30 anos na Zona Franca e foi a primeira a se instalar lá, não se conforma com o fato de o governo do Amazonas conceder um benefício fiscal maior para uma única empresa, a LG Electronics. A Philips calcula que a LG tem um ganho de R$ 100 milhões sobre as suas concorrentes com esse benefício. O sindicato dos metalúrgicos de Manaus fará uma manifestação hoje contra a possível saída da fábrica da Philips, que irá provocar uma demissão de 2.000 trabalhadores.

PRESIDÊNCIA
A economista Maria Helena Santana é um dos nomes mais fortes para assumir a presidência da CVM. Atualmente, ela é diretora por indicação do mercado - Maria Helena foi executiva da Bovespa.

CERVEJARIA
A cervejaria belgo-brasileira InBev, que atingiu o posto de primeira do mundo com a aquisição da AmBev, segue hoje na liderança do ranking das maiores cervejarias do mundo, com US$ 16,7 bilhões em vendas. A mexicana Femsa aparece em sétimo lugar, com US$ 11,6 bilhões.

CONSIGNADO
Na contramão do mercado de crédito consignado, o BMG baterá, neste mês, novo recorde. A máquina não pára de rodar e a produção passará os R$ 400 milhões.

BARULHO
A Vivo atingiu 120 mil arquivos de música digital comercializados por mês. A marca equivale a um disco de platina vendido pelas tradicionais gravadoras.

HOMENAGEM
Antonio Ermírio de Moraes será homenageado pela Abal (Associação Brasileira do Alumínio) na próxima semana, no Congresso Internacional do Alumínio.

CRESCIMENTO
O Sonae Sierra, de shoppings na Europa e no Brasil, fechou o primeiro trimestre com faturamento de 22,1 milhões, alta de 12% ante o mesmo período de 2006.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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